Subvenções: Federação quer conhecer processos do MPF

Aragão: cada um deve responder pelos seus atos (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A Federação das Entidades Comunitárias do Estado de Sergipe (FECS), que possui 200 entidades não governamentais filiadas, está tentando entender o suposto esquema, que teria envolvimento com desvio das verbas de subvenções da Assembleia Legislativa, e está sob investigação do Ministério Público Federal (MPF), por meio da Procuradoria Regional Eleitoral (PRE).

O presidente da Federação, José Aragão, está articulando um encontro dos gestores das 200 entidades filiadas com representantes do MPF e também do Ministério Público Estadual para buscar informações sobre as ações ajuizadas pelo MPF e sobre os procedimentos que podem ser adotados pelo Ministério Público Estadual.

O presidente da Federação está tentando agendar a reunião para a próxima quinta-feira, 29, e já protocolou ofício nesta segunda-feira, 26, solicitando ao MPE e ao MPF para encaminhar representante à reunião, que deverá ocorrer a partir das 8h no Sindicato dos Radialistas de Sergipe. O presidente está aguardando resposta de ambas as instituições. A reunião servirá também para que as dúvidas dos gestores sejam esclarecidas quanto a contratos, parcerias, projetos e outros convênios com o poder público.

Segundo o presidente da Federação, uma das entidades filiadas à FECS foi citada pelo Ministério Público Federal. Trata-se da Associação de Moradores e Amigos do Bairro Nova Veneza, que recebeu mais de R$ 2,3 milhões destinados por três deputados estaduais: Paulinho das Varzinhas (PT do B), que repassou R$ 1,085 milhão; Augusto Bezerra (DEM) destinou R$ 940 milhões e Susana Azevedo (à época filiada ao PSC e atualmente ocupando cargo vitalício de conselheira do Tribunal de Contas do Estado), que repassou R$ 300 mil. “Mas cada entidade deve responder pelos seus atos e quem não deve não deve temer”, observa Aragão.

Aragão revela que a FECS não tem controle sobre a gestão de nenhum dos filiados, mas garantiu que a grande maioria das entidades filiadas tem responsabilidade e age com seriedade do ponto de vista da gestão e do destino dos recursos que recebem. “Se tiver 20 entidades filiadas que receberam estas verbas de subvenções é muito”, enalteceu o presidente.

Por Cássia Santana