Assessor que não frequentava a Assembleia evita jornalistas (Fotos: Portal Infonet) |
O suposto uso indevido das verbas de subvenções pode ganhar novos desdobramentos. Em depoimento prestado ao juiz Leonardo Souza Santana Almeida, no Tribunal de Justiça, testemunhas confirmaram que a atuação de Ana Cristina Varela Linhares ultrapassava a atividade para a qual foi contratada pelo deputado Paulo Hagenbeck Filho, o Paulinho das Varzinhas (PT do B).
Além de chefe de gabinete, Cristina Varela também desempenha papel de assessora particular do deputado, conforme depoimentos prestados por testemunhas arroladas pela própria defesa do parlamentar. O assessor Wilman Calazans Lemos revelou ser contratado pela Assembleia Legislativa para desenvolver a função de assessor parlamentar no gabinete de Paulinho das Varzinhas e confessou que raramente comparecia ao local de trabalho.
Mas nas poucas vezes que compareceu à Assembleia Legislativa, conforme revelou em juízo, o assessor presenciou a chefe de gabinete manusear dinheiro que seriam destinados a pagamento de salários de pessoal contratado pela Fazenda Varzinhas de propriedade da família do deputado estadual. O assessor não soube informar a origem dos recursos que a chefe de gabinete repassava para a empresa privada, que tem o parlamentar como sócio.
João Rodrigues: investigação paralela |
Os promotores de justiça Jarbas Adelino e João Rodrigues analisam como preocupantes estes depoimentos e revelam que os áudios que contêm os depoimentos serão enviados para a Promotoria de Defesa do Patrimônio Público para que haja novas investigações sobre esta questão. Para o promotor Jarbas Adelino, há fortes indícios de improbidade administrativa nesta situação. Tanto em relação às atividades da chefe de gabinete e a outra pelo fato do assessor não comparecer ao local de trabalho. “É algo que demanda uma apuração paralela”, comentou o promotor de justiça João Rodrigues.
O advogado Aurélio Belém não vê problemas. “É a natura do cargo de confiança. Não há incompatibilidade nas duas atividades [enquanto chefe de gabinete e enquanto assessora particular do deputado]”, comentou Belém, referindo-se a Cristina Varela. E quanto ao fato do assessor não comparecer à Assembleia Legislativa, o advogado diz que o assessor pode exercer a função no gabinete quanto fora dele sem que isso implique ilicitude.
Por Cássia Santana
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