Subvenções: PF acionada para localizar testemunha

Sérgio da Silva foi ouvido, mas o pai não foi localizado (Fotos: Portal Infonet)

Mais cinco testemunhas foram ouvidas na manhã desta terça-feira, 12, no auditório do Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE) nos processos que apuram irregularidades na distribuição das verbas de subvenção pela Assembleia Legislativa de Sergipe. Uma falta foi registrada: a do empresário José Marinho Filho, que já foi candidato a vice e a prefeito de Muribeca. Ele teria fornecido o endereço incorreto e a Polícia Federal foi acionada para localizá-lo.

O presidente da Associação de Moradores e Agricultores do Povoado Visgueiro, em Muribeca Sérgio da Silva Santos, recebeu R$ 480 mil por indicação de Jefferson Passos. Ele é filho de José Marinho dos Santos Filho, que deveria prestar depoimento nesta terça-feira, mas não foi localizado no endereço informado. Sérgio da Silva contou que o dinheiro foi gasto na compra de uma casa para jovens que perderam os pais, realização de festas e cestas básicas. Mas a quebra de sigilo bancário indicou que R$ 376 mil foram pagos em cheques nominais a Laércio Nunes Rosa, funcionário de José Marinho.

Falso Testemunho

Depoimento de Edna dos Santos foi o mais demorado

A presidente da Associação Comunitária Nossa Senhora da Conceição, em Pacatuba, Edna dos Santos poderá passar à condição de réu, devendo responder por falso testemunho.

Apesar de ser a presidente da entidade localizada no Povoado Cobra D’Água em Pacatuba e ter recebido R$ 450 mil por meio do deputado Jefferson Andrade, ela não soube explicar a destinação dos recursos e principalmente o nome das pessoas que receberam os cheques.

Ao ser indagada pelos procuradores Eunice Dantas e Rômulo Almeida, além do juiz Fernando Escrivani, sobre a destinação correta dos cheques, Edna respondeu ter aplicado em festas e cursos de corte e costura e informática e disse ter “guardado parte de computadores em uma casa alugada em Pacatuba e na casa do irmão da chefe de gabinete da Prefeitura, Maria Rosana dos Santos Ribeiro, em Aracaju”.

Esquecida

Edna disse ter vindo para a audiência no mesmo táxi com Maria Rosana

Ela disse ter começado a construir a sede da entidade por conta própria e que ao perceber que o pedreiro era enrolado, contratou uma empresa em Pacatuba, mas não lembra quanto pagou. Quanto a assinatura de cheques, afirmou que colocava o valor e outras pessoas assinavam, mas também não soube dizer quem. E ainda que recebe R$ 120 reais dos associados e paga R$ 100 de aluguel de uma casa em que a entidade funciona até construir a sede em um terreno doado.

A testemunha acrescentou conhecer o deputado Jefferson Andrade pelas fotos no período da campanha eleitoral, que a associação ajuda idosos em eventos e passeios. E ainda que “passou um cheque de R$ 5 mil e 800 para Pedro Silva, mas que não lembra quem é ele e que não sabe quanto pagou por duas carradas de brita”.

Maria Rosana já trabalhou como assessora parlamentar na Assembleia

Indagada se ela e a chefe de gabinete do prefeito [Maria Rosana], cuja suspeita é de que seja a presidente de fato, Edna Santos disse que são amigas e que Maria Rosana a ajuda, inclusive que “vieram juntas para a audiência, no mesmo táxi e Rosana foi quem buscou os recursos das subvenções, mas não lembra os valores”.

Assessora

Maria Rosana também foi indagada e afirmou “já ter sido candidata a vereadora pelo PR e ter trabalhado como assessora parlamentar do deputado Garibaldi Mendonça (PMDB) e que toda a parte financeira é realizada por Edna dos Santos, que teria gasto as verbas em festas na região do Baixo São Francisco; que preenchia os cheques, mas não assinava e que teria feito apenas um pagamento a pedido da presidente da entidade”.

Adelmo Apóstolo não tem notas fiscais das cestas básicas e nem associados

Foram ouvidos ainda o secretário de Planejamento da Prefeitura da Barra dos Coqueiros, Adelmo Apóstolo de Araújo, que recebeu R$ 400 mil em subvenções, indicadas pelo deputado Jefferson Andrade para o Instituto Nossa Gente. Ele disse que não possui qualquer associado e que gastou o dinheiro na realização de cursos e convênios para a população, além de cestas básicas compradas na porta, mas que não tem notas fiscais para prestar contas à Assembleia.

Francileide Maria da Silva, recebeu vários cheques por indicação do deputado João Daniel, que foram depositados na conta dela. Disse ter usado para pagar cursos de capacitação, mas a investigação dá conta de que teriam sido feitos com recursos federais.

As ouvidas prosseguem na tarde desta terça-feira, 12 no TRE/SE.

Por Aldaci de Souza

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