Subvenções: Presidente Assomise diz estar correto

Adriano Reis: "Quem não deve, não teme" (Fotos: Aldaci de Souza/Portal Infonet)

Após a saída do coordenador do Grupo de Combate à Improbidade Administrativa do Ministério Público Estadual (MPE/SE), Henrique Ribeiro Cardoso e de policiais [da residência do major Adriano José Barboza Reis], o militar garantiu estar muito tranquilo com o cumprimento do mandado de busca e apreensão realizado na manhã desta quinta-feira, 23. O mandado judicial atende solicitação do MPE quanto às investigações sobre irregularidades na distribuição de verbas de subvenção pela Assembleia Legislativa de Sergipe. Foram apreendidos computadores, documentos e o telefone celular do oficial.

Adriano Reis preside a Associação dos Oficiais da Polícia Militar e Bombeiros Militares de Sergipe (Assomise), entidade que também recebeu a visita do Ministério Público, por meio dos promotores Jarbas Adelino e Bruno Melo. De lá, também foram retirados computadores e documentos, que serão devidamente analisados.

Policiais na porta da casa do oficial

Ao lado do advogado Valeriano Fernandes, Adriano Reis concedeu coletiva na porta da residência aonde mora no bairro Getúlio Vargas.

“O Dr. Henrique e os policiais civis foram muito educados. As buscas e apreensões estão acontecendo com prisões, mas eu estou tranquilo, pois já entreguei quase 100 quilos de documentos ao Terceiro Setor do Ministério Público Estadual, o balancete todo da Associação, os 12 meses de 2014 que foi o ano da subvenção”, ressalta.

Indagado pelo Portal Infonet se já não deveria ter entregue os documentos ao Ministério Público, como ficou definido na audiência realizada no último dia 7 de maio, Adriano Reis explicou:

Documentos apreendidos

“Pensei que o Terceiro Setor que foi que me pediu estaria trabalhando em conjunto e eles poderiam aproveitar, mas o Dr. Henrique hoje me fez os esclarecimentos de que ele quer mais específico, somente as despesas com a subvenção e eu disse a ele que ainda estou gastando, estou construindo um hotel na associação, fazendo obras e obras, inclusive desenvolvendo projetos sociais a exemplo da Brigada Mirim”, ressalta.

Surpreso?

Perguntado se teria ficado surpreso ao ser abordado por policiais civis e pelo promotor, na porta de casa, Adriano Reis diz que não. “A gente não quer que a polícia esteja em nossa porta, mas como sou policial, isso não é uma novidade. Os policiais têm que fazer o trabalho deles cumprindo o mandado de busca e apreensão e a gente se colocou a disposição deles, até porque não temos nada a temer”, garante.

Filhos

Policiais deixam a casa de Adriano Reis

Sobre o que os filhos estariam pensando de toda essa exposição, principalmente com os policiais dentro e fora de casa, o presidente da Assomise foi enfático: “Quero inclusive parabenizar meus filhos, que por serem filhos de policiais encararam como se fossem meus amigos; não houve choro, até porque o promotor e os policiais foram muito educados”.

Capitão Samuel

Quanto a um possível apoio do deputado estadual Capitão Samuel Barreto, responsável pela disponibilização de verba no valor R$ 844 mil, Adriano Reis afirmou que se o parlamentar telefonou não conseguiu falar.

“Não sei nem se ele ia conseguir porque o meu celular também foi apreendido para a verificação, mas deixaram o chip comigo e vou colocar em outro aparelho para responder as mensagens de apoio. Meu celular está sendo interceptado desde 2013 porque sou presidente de associação e faço movimentos reivindicatórios. Mas isso é normal, eu fui agente de inteligência por dez anos e entendo”.

Apreensão

Promotor Henrique Cardoso saindo com documentos

Foram apreendidos computadores e documentos tanto da casa de Adriano quanto da sede da Associse localizada no bairro Farolândia, com a finalidade de fazer a perícia. “Eu já sabia que a Assomise seria investigada, pois eles estão vasculhando todas as associações, por que a Assomise não? Porque é associação de policiais? Claro que não, a gente não está acima da lei, que seja feito tudo com muita transparência”, finaliza.

Entidade de Classe

Por ser entidade de classe, a associação que possui cerca de três mil associados não se caracteriza como entidade beneficente, mas no depoimento no TRE, Adriano Reis explicou que o estatuto da Assomise permite.  E hoje ele reafirmou:

Promotor guardando material

“O entendimento da procuradora federal Eunice Dantas é de que a associação não tinha atividades sociais, mas eu expliquei a ela em meu depoimentos, que nós patrocinamos desportos, cedemos nosso espaço público às comunidades do Barrozão e do Santa Maria; apoiamos o Projeto Amiguinhos da Polícia, do sargento Sandro e este ano eu instalei o projeto social Brigada Mirim, que atende 30 crianças, para que a promotoria fique satisfeita. Temos 15 desportistas que patrocinamos fielmente, então desporto pra mim é um projeto social e não tenho o que discutir”, finaliza.

Por Aldaci de Souza

           

                                                                                                           

Adriano Reis durante coletiva

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