Subvenções: presidente de entidade sofre ameaças

Augifranco: ameaças e pressões (Fotos: Cássia Santana/Portal Infonet)

A portas fechadas, o professor Augifranco Patrick de Vasconcelos, presidente da entidade Ala Jovem de Lagarto, prestou depoimento no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) nesta quarta-feira, 26. Ele foi pontual, entrou pela frente acompanhado do advogado Felipe Torres, mas dispensou qualquer comentário, apesar da insistência dos jornalistas. O advogado chegou a revelar que falaria com a imprensa posteriormente, mas após o depoimento saiu pelos fundos, sem declarações.

O acesso ao depoimento não foi permitido, uma medida adotada pelo juiz Fernando Escrivani Stefaniu, do Tribunal Regional Eleitoral, como forma de preservar a integridade física do presidente da Ala Jovem. Antes de ouvir o depoimento, o juiz Escrivani Stefaniu concedeu entrevista coletiva e confirmou que possuía informações extraoficiais de que Augifranco vem sofrendo pressões e ameaças, decorrentes das revelações feitas à polícia  e ao Ministério Público Estadual, amparadas pela delação premiada, quanto ao uso indevido das verbas de subvenções destinadas pela Assembleia Legislativa de Sergipe a entidades do Terceiro Setor.

Augifranco e o advogado evitam a imprensa

O juiz explicou que o acesso ao depoimento limitado às partes que atuam no processo eleitoral, se constitui como medida para preservar a integridade física da testemunha. O juiz disse também que não se manifestará a respeito das ameaças e pressões supostamente sofridas pela testemunha. “Neste caso, cabe ao Ministério Público Estadual, à polícia e à justiça estadual agir”, ressaltou.

O depoimento de Augifranco poderá ser mantido em sigilo. “Vamos avaliar se o depoimento dele traz algum risco para a integridade física do próprio depoente, se atrapalha ou não as investigações que estão em curso no âmbito estadual e, depois dessa avaliação, poderemos [ou não] disponibilizar o depoimento”, ressaltou.

Apesar de toda cautela, o juiz descarta a possibilidade de Augifranco ser incluído no programa de proteção à testemunha. “Isso é uma coisa que acontece em organizações criminosas e, até onde sei, não estamos lidando com organizações criminosas”, considerou.

Desvio

Stefaniu vai avaliar se disponibilizará depoimento

Augifranco, que é professor da rede municipal de ensino, teria movimentado de forma suspeita cerca de R$ 3 milhões em sua conta bancária pessoal e acabou preso por determinação judicial, momento em que assinou delação premiada no decorrer das investigações criminais.

O Ministério Público Federal demonstrou interesse pelas declarações do professor depois que ele prestou um segundo depoimento no Ministério Público Estadual. Aos promotores de justiça que investigam o destino das verbas de subvenções, Augifranco fez referência aos recursos que a Ala Jovem de Lagarto teria recebido no ano passado, o que fez os procuradores Rômulo Almeida e Eunice Dantas, que atuam na justiça eleitoral, requisitá-lo como testemunha do processo eleitoral.

Ao contrário de Augifranco, o irmão dele Ygor Henrique Batista de Vasconcelos, sócio da empresa que firmou contratos suspeitos com a Ala Jovem e também foi preso por determinação judicial, não prestará depoimento no âmbito da justiça eleitoral porque os representantes do Ministério Público Federal não consideraram como importantes para esta esfera as declarações do empresário, conforme explicou o juiz Stefaniu.

No âmbito da justiça eleitoral, o professor Augifranco figura como testemunha. Já no âmbito cível e criminal, ele e o irmão foram presos e figuram como réus, acusados por improbidade administrativa e também por peculato, associação criminosa, desvio de verbas públicas e lavagem de dinheiro, respectivamente.

Por Cássia Santana 

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