Testemunha diz que foi orientada a mentir em juízo

Lilian Feitosa diz que recebeu um bilhee de Edilene (Fotos: Portal Infonet)

Durante depoimento prestado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE/SE) na tarde desta quinta-feira, dia 21, a testemunha Lílian Feitosa Barros de Mendonça novamente prestou depoimento em relação à sua participação na destinação da verba de subvenção recebida pela Associação Musical Lira Nossa Senhora da Conceição. A entidade foi contemplada com R$ 300 mil destinados pelo então deputado estadual Adelson Barreto. O recurso, segundo o presidente da entidade, Robério dos Anjos Andrade, foi usado para a reforma da associação.

Em seu depoimento, a engenheira Lilian Feitosa de Barros Mendonça que é proprietária de uma empresa, alegou não ser a responsável pela obra, dizendo que cedeu os dados de sua empresa a Edilene de Jesus Amaral, que seria a encarregada do serviço. Ainda de acordo com Lilian, ela foi procurada para participar de uma reunião com os envolvidos da associação. “Recebi dinheiro apenas por ter emprestado o nome da minha empresa a Edilene e que seria uma parceria. Depois que eu prestei depoimento, me procuraram e ela [Edilene] anotou em um papel pedindo que eu dissesse que tinha sacado o dinheiro e o que eu tinha que dizer, mas eu não aceitei”, afirma.

Michele Santos disse que entregou o dinheiro ao vereador Antônio Arimateia 

Uma outra testemunha que também prestou depoimento [no mesmo caso] foi a funcionária de uma farmácia, Michele Santos Silva. Ela contou que apenas pegou os R$ 300 mil deixados no banco e entregou ao seu patrão, o vereador Antônio Arimateia. “Ele [Arimateia] me pediu para eu pegar o dinheiro e entregasse a ele. A principio, como tenho costume de fazer serviços bancários para a farmácia, fui lá, peguei e entreguei a ele, mas não sabia o que tinha dentro da bolsa”, afirma.

Segundo a procuradora federal Eunice Dantas, o fato de uma das testemunhas ter sido procurada para ser orientada ao que dizer em depoimento é um caso extremamente grave. “Isso é uma fraude processual, uma ameaça, uma atitude muito grave que vai ser apurada não só no eleitoral, como também na justiça competente. O bilhete está no processo e mais ou menos orienta dizer o que tinha que ser feito, dizendo que foi ela que ligou para o gerente do banco e algumas outras orientações. O bilhete foi entregue espontaneamente por Lilian ao magistrado. Nesse caso, a gente tem que separar que estamos no processo eleitoral, o criminal a gente vai avaliar fora da justiça eleitoral", diz.

Proteção

Segundo a procuradora Eunice Dantas, o bilhete diz o que Lilian devia dizer 

O juiz federal Fernando Escrivani Stefaniu se colocou à disposição das testemunhas Lilian e Michele caso elas necessitem de proteção federal por causa de eventuais ameaças.  “Com esse desdobramento hoje, com essas duas que se expuseram e já pelo clima que se instalou, nós colocamos à disposição meios de contato para essas testemunhas caso se sintam pressionadas ou que percebam quesua segurança está ameaçada. Elas podem entrar em contato para a gente colocar a Polícia Federal para fazer a proteção delas", revela.

Demais ouvidas

Também prestaram depoimentos Jorge Mainart Fontes Barros, que foi o beneficiário de um cheque da Associação Comunitária Pedro Ferreira dos Santos, situada no município de São Cristóvão. Durante depoimento, ele informou ter uma empresa de marketing e que alugou brinquedos para a realização de eventos para a Associação Comunitária Pedro Ferreira dos Santos.

Adriana de Lima Barbosa contou que cedeu sua conta para que o seu ex-marido, Manoel Marques, presidente da Amacos, depositasse R$ 40 mil para que ela fizesse o saque e realizasse a compra de R$ 2 mil camisas para a associação,mas que segundo ela, não soube dizer se este recurso teria sido concedido por algum deputado.

A empresária Maria do Carmo Santana de Oliveira, representante legal da Construtora Jmac, informou que na época do seu depoimento não se recordava que havia sido depositado dinheiro na conta da empresa. Ela alegou que logo depois lembrou ter recebido cheques enviado pelo representante da empresa Caolp. A Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Nova Veneza recebeu verbas de subvenção.

Por Aisla Vasconcelos

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