TJ gasta R$35 milhões anuais com cargos comissionados

Sindijus: TJ gasta R$35 milhões com cargos comissionados (Foto: Arquivo Infonet)

Um estudo do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Sergipe (Sindijus) aponta detalhamento sobre as implicações financeiras impostas pelo número de cargos comissionados do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJ/SE).

Foi realizada uma análise da estrutura organizacional e dos gastos da Corte com pessoal. O número constatado é que existem, atualmente, 1.003 funcionários de confiança, e que isso gera um custo de mais de R$35 milhões por ano ao TJ. Alguns deles, com salários, inclusive, girando na casa dos R$15 mil.

O ponto que gera incômodo, para o Sindicato, é que certos ‘CCs’ são destinados a funcionários efetivos, que continuam desempenhando a função para a qual foram originalmente designados, fazendo, assim, o cargo servir apenas como incremento salarial.

O coordenador de comunicação do Sindijus, Gilvan Santos, afirma que se trata de uma espécie de clientelismo, feito para agradar ‘apadrinhados’. “Tudo isso é por uma estratégia de poder, não pela valorização do serviço público. Isso compromete o trabalho e a qualidade dos serviços que chegam à população. Muitos desses atos configuram a prática de nepotismo cruzado: existe uma troca de favorecimentos, quando, por exemplos, apadrinhados de um desembargador vão trabalhar no gabinete de outro”, criticou.

Gilvan Santos, do Sindijus, afirma que há a prática de "nepotismo cruzado" na designação de CCa (Foto: Portal Infonet)

O sindicalista diz que existem “setores com chefia e sem subordinados Só tem um servidor, que é o próprio chefe. É muito cacique para pouco índio”, alertou. “Enquanto há 25 fóruns fechados no interior e algumas unidades com poucas pessoas trabalhando, temos essa quantidade enorme de gente na sede administrativa. Temos uma perda salarial de dois anos que chega aos 8,36%, e o TJ diz que não tem dinheiro”.

A ideia do Sindijus é que, com esse estudo, seja feita uma readequação da estrutura organizacional, realocando o excesso para que designem suas atividades-fim em locais com carência de profissionais. Um plano será traçado e levado à presidência do Tribunal de Justiça. Se não houver resposta, o caso será encaminhado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

O Portal Infonet procurou a assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça, que se manifestou por meio de nota. Confira na íntegra:

O Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) informa que está em constante avaliação sobre sua estrutura de pessoal, com o objetivo de sempre aprimorar a prestação de serviços. Um exemplo é que se encontra em curso a implantação do escritório de processos no âmbito administrativo do Judiciário no Estado. O objetivo é mapear os fluxos de cada atividade do cotidiano, o que envolve o detalhamento das tarefas, para priorizar a forma mais eficiente de execução dos serviços, inclusive com realocação do quadro de pessoal, da maneira mais vantajosa à administração pública.

Por Victor Siqueira

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