Vereador denuncia relação “promíscua” no Hospital de Cirurgia

O vereador Isac Silveira (PC do B) denunciou uma relação suspeita entre auditores da Prefeitura de Aracaju e o corpo diretivo do Hospital de Cirurgia nos procedimentos instaurados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para fiscalizar o contrato de prestação de serviços realizados pela unidade de saúde para atender pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

A relação, que o parlamentar classifica como promíscua, estaria vinculada às intervenções feitas pelos auditores para a realização dos serviços e foi denunciada no plenário da Câmara Municipal de Vereadores durante depoimento da secretária municipal de saúde, Waneska Barboza, aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar os contratos firmados entre a Prefeitura de Aracaju e os hospitais filantrópicos.

O vereador Isac Silveira, que é relator da CPI, criticou estes supostos procedimentos adotados pelos auditores. “É uma relação um tanto quanto promíscua na acepção da palavra”, conceitua. “É uma mistura de finalidades. Quando se tem a finalidade de fiscalizar, de auditar, e a pessoa passa a ser parte do corpo funcional [do Hospital de Cirurgia] levando alguma vantagem”, explica.

Segundo o vereador Isac Silveira, ele próprio recebeu as denúncias, informalmente, de que os auditores operavam, supostamente, como “recepcionistas reguladores de médicos“, indicando os profissionais que deveriam realizar os procedimentos cirúrgicos nos pacientes. “O auditor indicava como se estivessem fazendo parte da administração do hospital e esse não é o papel do auditor”, destacou. “O papel do auditor é fiscalizar o que foi feito”, enalteceu.

Segundo o parlamentar, os auditores citados nas denúncias serão convocados para prestar os esclarecimentos e os vereadores membros da CPI aprofundarão a investigação neste quesito. Ao final, ele fará um relatório e o encaminhará para o Tribunal de Contas, ao Ministério Público e também à Controladoria-Geral da União (CGU), solicitando as providências cabíveis.

A secretária municipal de saúde, Waneska Barboza, ouviu as declarações do parlamentar e demonstrou surpresa. A secretária revelou que desconhecia tais denúncias. “O que temos são servidores que estão dentro dos hospitais, que são fiscalizadores destes procedimentos, que são aqueles que fazem o relatório para que subsidie o município para que se possa pagar de acordo com o que é feito pelos hospitais”, disse.

Waneska Barboza deixou claro de que, chegando as denúncias, a Secretaria Municipal de Saúde adotará as medidas cabíveis para verificar se há servidor com “algum tipo de conduta que não seja adequada para que possamos tomar as providências”.

O Portal Infonet tentou ouvir o Hospital de Cirurgia, mas a assessoria informou que os diretores estariam em reunião e que posteriormente enviaria resposta. O Portal Infonet permanece à disposição. Informações podem ser enviadas por e-mail jornalismo@infonet.com.br ou por telefone (7) 2106 – 8000.

Por Cassia Santana