Vereadores se dividem quanto às punições na CMA

Iran: moralismo carregado de preconceito (Foto: Cássia Santana/Portal Infonet)

A punição aplicada pelo vereador Vinícius Porto (DEM), presidente da Câmara Municipal de Aracaju, aos vereadores Agamenon Sobral (PP) e Lucimara Passos (PCdoB) dividiu a opinião dos parlamentares. A grande maioria aplaudiu a iniciativa de Vinícius Porto. Mas outros, que integram o grupo que faz oposição ao prefeito João Alves Filho (DEM), enxergaram protecionismo e omissão da Mesa Diretora com relação a supostos crimes cometidos por Agamenon Sobral no plenário da Câmara Municipal.

Toda a base aliada do prefeito João Alves Filho (DEM) compactou com a pena aplicada a ambos os parlamentares por entender que os exageros partiram de ambos os lados. Já os de oposição se dividiram. Alguns chegaram a aplaudir a iniciativa de Vinícius Porto, uns criticaram a morosidade para a tomada da decisão e o vereador Iran Barbosa (PT) discordou completamente dos encaminhamentos entendendo que a Mesa Diretora deveria dar tratamento diferenciado aos dois parlamentares envolvidos na polêmica.

Incoerência

O vereador Iran Barbosa observou que a punição dirigida a Lucimara Passos não foi coerente. “Por colocar no mesmo grau de intensidade as pessoas que reagem àqueles que incitam a violência”, considerou o parlamentar. “Historicamente, as mulheres se manifestam apresentando as peças íntimas. Lamento que tenha tido este desdobramento agora”, enalteceu.
Para Iran Barbosa, o vereador Agamenon Sobral incitou a violência com um falso moralismo, carregado de preconceito. “O que eu não concordo”, ressaltou o parlamentar. “O que vossa excelência fez foi estimular o ataque e a lesão corporal. Vossa Excelência precisa entender os limites, e o limite é a lei”, disse Barbosa, numa referência ao discurso de Agamenon relativo à suposta mulher que queria casar sem calcinha numa cerimônia religiosa.

Émerson: "Mesa demorar a agir" (Foto: Arquivo Portal Infonet)

O vereador Lucas Aribé (PSB), o mais novo componente da Comissão de Ética da Câmara, não tem dúvida que a Mesa Diretora protege os aliados. Ele próprio foi vítima no ano passado, quando solicitou equilíbrio no parlamento, utilizando um termo não apropriado para definir o clima na sessão da Câmara de Vereadores. “Isso aqui está uma zona”, disse Aribé à época. No mesmo momento, conforme o próprio vereador, o presidente Vinícius Porto fez a advertência e o obrigou à retratação. “A mesa diretora não tem advertido parlamentares que se excedem, da mesma forma que fez comigo”, lamenta o parlamentar.

O vereador Max Prejuízo (PSB) parabenizou o presidente por declarar a advertência pública a ambos os parlamentares envolvidos na polêmica e pregou o esquecimento do episódio. “Temos temas mais importantes como o Plano Diretor para se discutir. Temos que esquecer esse assunto”, disse.

O vereador Émerson Ferreira (PT) reconheceu que as medidas chegaram tardiamente. “A mesa diretora demorou a agir e que este episódio sirva como aprendizado para que a mesa não tarde a tomar medidas quando fatos desta natureza se repitam”, ressaltou Émerson.

Max Prejuízo: esquecimento (Foto: Acrísio Siqueira/Ascom CMA/Arquivo)

Assim como Max Prejuízo, também se pronunciaram com elogios ao presidente Vinícius Porto, os vereadores Manuel Marcos (DEM), líder do prefeito, que logo depois se ausentou do plenário, e Anderson de Tuca (PRTB).

O presidente da Câmara de Vereadores disse que não está no cargo para perseguir, proteger ou punir parlamentares e garante que adotou as medidas certas por entender que ambos os vereadores cometeram excessos em seus pronunciamentos no plenário. Ele não concorda que a Mesa Diretora tenha sido omissa ou tenha tomado posições protecionistas.

Por Cássia Santana

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