Votação esquenta clima na Assembleia dos Deputados

(Fotos: Portal Infonet)

O clima esquentou na manhã desta quinta-feira, 26, na Assembléia Legislativa de Sergipe. Os deputados se reuniram antes da sessão no pleno nas comissões internas para discutir requerimentos e o projeto de reajuste do funcionalismo público neste ano. A votação aconteceu apenas por volta das 14h, quando o projeto de reajuste salarial para os servidores foi aprovado pela maioria dos deputados, em primeira discussão, por 23 votos a 1. Agora, o projeto segue para a Casa Civil para apreciação do governador, que pode assinar pela sanção ou veto do projeto.

Dentro da reunião das comissões, além dos professores, policiais militares e civis acompanharam as discussões para pressionar que os deputados adiassem a votação.  Eles questionavam que dentro do projeto que inclui o reajuste linear de 5,7% para todos os servidores consta um aumento de 5% apenas para os delegados de polícia, índice este fruto de um acordo feito com o governo em 2008, quando os delegados abriram mão dos 5% linear para receberem uma gratificação no valor de 40% do salário da época.

Deputada Ana Lúcia

O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Antônio Morais, se irritou com o encaminhamento para aprovação do projeto por parte dos deputados e a todo o momento gritava contra a aprovação, dizendo que o atrelamento do reajuste dos delegados com o reajuste linear era inconstitucional. A deputada Ana Lúcia (PT) interveio e disse que ele não poderia se manifestar, já que isso era contra o regimento interno da casa.

“Eu exigi que um policial, no caso o presidente do Sinpol, Antônio Morais, cumprisse as regras desta casa, em que não é permitido qualquer tipo de manifestação enquanto os deputados estiverem discutindo um assunto. Não pode existir manifestação diante da sessão da comissão, mas eles debatiam, aplaudiam, criticavam. Como é que os militares não sabem as regras de convivência desta casa? O que nós vimos hoje é uma força militar que tem o poder e a prerrogativa de coagir, reprimir, desrespeitando as regras desta casa”, desabafa a deputada.

Ana Lúcia disse ainda que se sentiu pressionada pelos policiais e que temeu até sofrer uma agressão física. “Eu temi hoje, sim, pelo nível de debate, inclusive por uma agressão física. O representante dos policiais civis gritava a todo o momento que o projeto é inconstitucional e o dos policiais militares também. O que eu vi na manhã de hoje foi a barbárie e uma força militar que pode promover um golpe a qualquer momento”, destaca.

Deputado Venâncio Fonseca

O deputado Capitão Samuel (PSL), que apóia a classe policial, defendeu o presidente do Sinpol e disse que o projeto que traz aumento para os delegados está dividindo a classe policial.

“A situação é que estão dividindo mais uma vez os policias. A reação do presidente do Sindepol durante a reunião nas comissões é uma reação de alguém que não tem obrigação de conhecer o regimento. Eles reagiram pensando até que poderia ser uma audiência pública, ele não tem o dever saber que não pode se manifestar. Infelizmente a deputada também foi desrespeitosa por que chamou todo mundo de mal educado, de regime militar e disse que porque é militar tem que ficar calado. Eu não vou admitir a minha categoria ser desrespeitada na minha casa não, nem por ela e por deputado nenhum, até porque eu represento a classe policial”, afirma.

Gualberto e Venâncio

Deputado Capitão Samuel

Outra discussão acalorada foi entre o deputado líder oposicionista Venâncio Fonseca (PP) e o líder do governo Francisco Gualberto (PT). Venâncio destacou que apesar da minoria da oposição, é importante que os projetos sejam discutidos e não votados como contra ou a favor.

“O embate entre mim e o líder do governo, Francisco Gualberto, é que eu estava querendo explicar porque eu iria votar pela inconstitucionalidade do projeto e o deputado Francisco Gualberto queria que eu votasse sim ou não. Mas eu tinha que explicar o meu voto. Eu tenho esse direito de justificar o voto”, pondera.

Venâncio debochou ainda do índice apresentado pelo governo para o aumento dos servidores em 2011. “Todas as classes estão insatisfeitas: professores, policiais civis, militares, professores, servidores do Detran, da Saúde. É um descontentamento geral. A maior testemunha de que o aumento não agradou a ninguém pode ser percebida por como o governo fez o anúncio do aumento. O governador comunicou o índice à Assembleia, pegou o avião e viajou para Brasília. Se o aumento fosse bom, você acha que a imprensa não seria convocada?”, indaga.

Por Bruno Antunes

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais