Wanderlê relembra ataques nucleares

Wanderlê Correia (Foto: Agência Alese)
Os ataques nucleares às cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, durante a primeira guerra mundial, completaram 65 anos esta semana e foram tema do pronunciamento do deputado estadual Wanderlê Correia (PMDB), na manhã de hoje, 10, na Assembleia Legislativa. O parlamentar aproveitou para alertar sobre o risco da instalação de usinas nucleares.

Wanderlê Correia lembrou que os ataques nucleares às cidades de Hiroshima e Nagasaki ocorreram nos dias 6 e 9 de agosto de 1945 e massacraram milhares de pessoas e causaram sequelas em outros milhares de habitantes. A primeira cidade atingida pela bomba foi Hiroshima, em 6 de agosto, às 8h05, com o bombardeiro B-29, que lançou na cidade uma bomba atômica produzida a partir do Plutônio, um dos subprodutos das usinas nucleares e que foi chamada, ironicamente, “fat man”, que significa homem gordo em inglês e que fez alusão ao primeiro ministro inglês.

A bomba que atingiu Hiroshima tinha apenas 60kg de Plutônio, o equivalente a um saco de cimento, mas com poder de destruição capaz de matar instantaneamente 140 mil pessoas e deixar sequelas em outros milhares de habitantes. O poder desta bomba equivale a 62 mil toneladas de dinamite (TNT). “Imaginemos 2 mil caçambas trucadas, carregadas de dinamite ou 20km de caçambas enfileiradas, todas carregadas de dinamite. Esse era o poder de fogo de apenas 60kg de Plutônio, que culminou com a morte de milhares de pessoas, instantaneamente, mas outros milhares foram contaminados pela radiação e vieram a falecer depois”, lamentou o deputado.

Apenas três dias depois do primeiro ataque, outra bomba, chamada de “little girl”, ou seja, pequena garota, que tinha alto poder de destruição, e foi lançada em Nagasaki, Desta vez a bomba não era de Plutônio, mas sim de Urânio 235, o mesmo utilizado nas usinas nucleares. Saldo: 80 mil mortes instantâneas e milhares de pessoas contaminadas com sequelas para o resto da vida.

“Portanto, estas datas não podem ser esquecidas, porque elas têm muito a nos ensinar. Certamente o povo japonês nunca se esquecerá e nós também devemos ter sempre a consciência dos riscos que envolvem a energia atômica e nuclear. Este registro a gente faz para não deixar passar em branco a data e para chamar a atenção porque na região Nordeste do país estamos prestes a ver a instalação de quatro usinas nucleares às margens do Rio São Francisco. Somadas estas com as de Angra somam-se sete no Brasil e isso colabora com o projeto de proliferação de usina nuclear em todo mundo. Um problema seríssimo que estamos deixando para futuras gerações”, acredita o deputado.

Combustíveis

O parlamentar informou que os combustíveis usados nas usinas nucleares são finitos e que estudos mostram que o Urânio daqui a 40 anos ou 50 anos terá o mesmo problema que o petróleo, ou seja, será insuficiente para atender à demanda de geração de energia. Wanderlê Correia chamou a atenção para o fato das usinas nucleares serem instaladas em países em desenvolvimento, como a União Soviética e agora o Brasil. Para ele, a população não aprendeu com os efeitos estufa, que causam fenômenos naturais controversos e irreversíveis em diferentes países e no meio ambiente.

Em sua análise, o deputado estadual citou a União Soviética, que está sendo surpreendida por uma onda de calor sem precedentes, resultado do aquecimento global. Wanderlê Correia defende que a única solução seria o reprocessamento do Urânio, mas o grande problema é que esse método gera uma quantidade muito grande de Plutônio, material pronto para ser utilizado para a construção de armas nucleares.

Para finalizar, Wanderlê Correia disse que o exemplo de Hiroshima e Nagasaki mostra que armas nucleares não são feitas apenas com Urânio, mas também com Plutônio, resultado dos rejeitos do processo nuclear. “É por isso que sempre afirmei meu posicionamento contrário à instalação de usinas nucleares, seja onde for, porque não faz diferença o local. Precisamos ter uma visão mais holística do mundo e não podemos mais viver pensando somente em nós”, concluiu o deputado estadual.

Fonte: Agência Alese

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