Acordo no MPE pode por fim à greve no Hospital Cirurgia

Jornalistas não têm acesso à audiência (Fotos: Cássia Santana/Poretal Infonet)

A greve no Hospital de Cirurgia pode ser suspensa ainda nesta terça-feira, 12, conforme acordo firmado nesta manhã no Ministério Público Estadual. Nesta audiência, a Prefeitura de Aracaju assumiu débito no montante de R$ 5,8 milhões e se comprometeu a fazer os repasses imediatamente. Por sua vez, a direção do hospital assumiu a responsabilidade de pagar os salários de dezembro ainda nesta terça e a contribuição natalina [13º salário] até o próximo dia 20. 

O secretário de Estado da Saúde, Zezinho Sobral, assinou termo de compromisso para destinar mais de R$ 1,7 milhão à Prefeitura de Aracaju. Zezinho Sobral deixou claro que o Governo do Estado não possui débitos com o Hospital de Cirurgia. “A responsabilidade deste débito é da prefeitura. Não tenho gaiola, porque eu vou querer esse curió?”, disse o secretário aos jornalistas, sem esconder o bom humor.

O secretário municipal Luciano Paz explicou que o atraso com o Hospital de Cirurgia é decorrente das modificações no contrato de prestação de serviços assinado por ambas as partes, ocorridas no mês de junho do ano passado. Como consequência, no mês de agosto, a Prefeitura de Aracaju teve que arcar com duas faturas, que seriam pagas em um único mês, segundo Paz. “E a prefeitura não tinha dinheiro para pagar uma delas”, destacou o secretário. O secretário Luciano Paz assume dívidas de R$ 5,8 milhões. Mas o diretor do hospital, Gilberto Santos, garante que o montante é bem maior: cerca de R$ 14 milhões. Segundo o diretor, existe um outro termo de compromisso assinado no Ministério Público Federal no qual a Prefeitura de Aracaju assume o restante do débito. E este acordo não anula o anterior assinado no MPF, segundo o diretor do hospital.

Gilberto pede desculpas a Luciano Paz  Fábio: "Graças a Deus o acordo foi feito"

O presidente da Associação dos Funcionários e Amigos do Hospital de Cirurgia (Asfa), Cícero de Souza, informou que as atividades na unidade de saúde continuam suspensas. Apenas está assegurado o atendimento aos pacientes que já estavam internados. O retorno ao trabalho, conforme frisou, está atrelado ao pagamento dos salários referentes ao mês de dezembro. “E, se o décimo não for pago no dia 20, voltaremos à greve”, avisa o sindicalista. A audiência no Ministério Público Estadual aconteceu a portas fechadas, conduzida pelos promotores de justiça Nilzir Soares e Fábio Viegas.

“Graças a Deus o acordo foi feito”, comemorou o promotor Fábio Viegas, ao final da reunião. Já na parte externa, o diretor do hospital pediu desculpas ao secretário Luciano Paz. “Não é nada de pessoal com o secretário. Para que não paire nenhuma dúvida de que o interesse preponderante é o interesse da sociedade”, justificou o diretor do Cirurgia.

Por Cássia Santana