Mesmo sendo proibido em cosméticos, muitos produtos para alisamentos capilares ainda utilizam o formol em sua composição, o que pode trazer prejuízos para a saúde do consumidor e do profissional. A dermatologista Alessandra Guessi faz o alerta e orienta a população a ler os rótulos dos produtos antes de fazer o uso.
A legislação atual permite o uso de apenas 0,2% do formol na composição de cosméticos, incluindo os alisantes, e 5% na composição de produtos para fortalecimento de unha. “Essa quantidade de 0,2% que é liberada não alisa cabelo. Se alisar, é porque há mais quantidade de formol que o permitido. O cheiro é característico, desagradável e forte. As vezes não tem o formol, mas vai ter uma substância, o ácido glioxílico, que quando aquecido com a chapinha vira formol”, alerta a dermatologista Alessandra Guessi.
A recomendação para quem faz alisamento nos cabelos é ficar atento ao que diz os rótulos dos produtos e buscar profissionais sérios. Ácido tioglicólico, hidróxido de cálcio com guanidina e hidróxido de sódio são liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), já o formol que pode aparecer também como formaldeído, e o glutaraldeido são proibidos.
“Tem que ficar de olho, é difícil porque os rótulos têm uns nomes diferentes, apesar de ter uma padronização para esses nomes, mas é difícil. Tem uma tabela no site da Sociedade Brasileira de Dermatologia que diz os alisantes liberados, os que estão em análise e os proibidos. As pessoas podem pegar essa tabela e fazer a comparação com o rótulo”, orienta.
Efeitos colaterais
O uso do formal em produtos cosméticos pode trazer efeitos colaterais imediatos e a longo prazo, a exemplo do câncer, em especial no trato respiratório. “Há prejuízos que as pessoas já sentem de imediato os sintomas. O mais comum é a irritação dos olhos, couro cabeludo e nuca, áreas que tiveram contato com o produto. Pode ter vermelhidão, descamação e a irritação que pode ser tão intensa que pode causar queimaduras e a queda total ou localizada de cabelo. Há lesões inalatórias como tosse, falta de ar, e a longo prazo, seria mais para os profissionais que lidam com isso todos os dias, já se tem casos de câncer no nariz, laringe, faringe e leucemia relacionado ao uso de formol”, aponta.
Se as pessoas fizerem uso de produtos cosméticos e tiverem alguma dessas reações, a orientação é buscar ajuda profissional com médicos especialistas. “Se há uma reação sistêmica, ou seja, respiratória, deve procurar o pronto-socorro, porque pode acontecer uma insuficiência respiratória. Se é uma reação mais sutil, a pessoa deve procurar o dermatologista ou o próprio pneumologista, se for no trato respiratório, para tratar esse eczema ou dessa irritação”, orienta..
Crime
A Anvisa alerta que qualquer adição de formol em produtos já prontos é crime – previsto na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 – e que tal prática acarreta graves riscos à saúde da população. A aplicação do formol somente é permitida durante a fabricação do produto, na devida proporção, com a função de conservante, de acordo com a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 162.
No final de 2019 a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou uma cartilha orientando a população e detalhando os riscos da exposição ao formol em cosméticos, produto que desde junho de 2009 teve sua venda proibida em drogarias, farmácias, supermercados e lojas de conveniência pela Anvisa.
Por Karla Pinheiro
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