Almir Santana: “vacina previne, mas não todas DSTs”

Almir defende, além da vacina o exame de Papanicolau (Fotos: Portal Infonet)

O Ministério da Saúde (MS) anunciou esta semana a primeira campanha nacional de vacinação contra o papilomavírus humano (HPV), um dos principais responsáveis pelo câncer de colo de útero, terceiro mais freqüente entre as mulheres. A primeira etapa da campanha acontecerá entre os dias 10 de março e 10 de abril e contemplará meninas com idade entre 11 e 13 anos. Contudo, ao tomar a vacina, a adolescente estará livre de quatro vírus oncogênitos, mas deverá manter cuidados com a saúde, já que somam em mais de cem os tipos diferentes de HPV.

Segundo o gerente do programa Estadual de DST/Aids, o médico Almir Santana, os quatro vírus combatidos pela vacina são os mais ligados ao câncer de colo de útero, o que implica em considerar o uso constante da camisinha durante o ato sexual para prevenir outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). “A realização do exame de Papanicolau ainda é um valioso recurso para detecção do HPV entre mulheres com vida sexual ativa. É preciso, contudo, conhecer os sintomas da doença”, alertou Almir Santana.

Sintomas

Sândala é gerente do Programa Estadual de Imunização da SES

 

O médico ressalta que entre os anos de 2008 e 2013, 63 casos de HPV foram registrados em Sergipe, pela Secretaria de Estado da Saúde (SES). O vírus, por sua vez, é transmitido principalmente durante a relação sexual com uma pessoa já infectada, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital, sendo que o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.

A contaminação, ainda não comprovada por meio de objetos, uso de sanitário, piscina ou pelo compartilhamento de roupas íntimas e transmitida durante o parto, provoca verrugas nos órgãos sexuais, em outras partes do corpo, inclusive na pele de forma geral, que se não identificadas e tratadas, podem progredir para o câncer, em especial, no cólo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Médicos ginecologistas, urologistas ou proctologistas podem tratar pessoas com infecção por HPV.

Vacina é injetável e contemplará meninas de 11 a 13 anos

“A vacina é importante e é eficiente na faixa etária a ser beneficiada nesta primeira fase da campanha, mas deve estar acompanhada de uma orientação quanto aos riscos oferecidos pelo vírus e as medidas a serem tomadas para evitar o contágio e, posteriormente, o câncer”, acrescenta o gerente do programa DST/Aids.

Fatores ligados à imunidade, à genética e ao comportamento sexual parecem influenciar a regressão ou a persistência da infecção pelo HPV e também a existência de lesões precursoras ou câncer. O tabagismo, o início precoce da vida sexual, o número elevado de parceiros sexuais e de gestações, o uso de pílula anticoncepcional e a imunossupressão (causada por infecção por HIV ou uso de imunossupressores) são considerados fatores de risco para o desenvolvimento desse tipo de câncer.

Vacina

Gerente da UBS Dona Jovem, no Bairro Industrial, Wellington Franca

A maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência é mais freqüente. Para combatê-la, a vacina, conforme dados do MS, abrangerá 80% das 5,2 milhões de meninas brasileiras na faixa etária beneficiada, que produzirá anticorpos com mais intensidade ainda para a fase adulta. A primeira dose estará disponível nas escolas públicas e privadas e nos 36 mil postos de saúde da rede pública do Brasil, durante todo o ano, tendo a segunda liberada após seis meses e a terceira depois de cinco anos.

“No ato da vacinação, uma cartilha com informações da vacina já terá sido distribuída. Os pais, por sua vez, assinarão um termo de concordância, já que se trata de menores de idade. Podem ou não aceitar o procedimento, mas se responsabilizam pela saúde das filhas e pelos agravantes do HPV. É preciso aproveitar a ocasião, já que esse público é considerado saudável em sua maioria e por isso não costuma ir com tanta freqüência aos postos de saúde. Os efeitos colateriais da dose são os mesmos considerados em qualquer outra vacinação, como febre e corpo mole, sem grandes efeitos detectados em países que já adotaram”, advertiu Sândala Peles, gerente do Programa Estadual de Imunização da SES.

Thays Brasil aprova a iniciativa preventiva que favorecerá a filha Alane, 13 anos

Ao completar todo o ciclo de vacinação, a taxa de proteção contra o câncer de colo de útero chegará a 98,8%, representando a prevenção com vacina nessa fase inicial da vida da mulher um recurso inédito na rede pública de saúde. “O MS, em parceria com o Instituto Butantan de São Paulo estará produzindo a substância, a partir de um acordo de transferência de tecnologia feito com um laboratório privado. Parceria esse que favoreceu a aquisição da vacina a custo reduzido, economizando mais de R$ 83 milhões”, explicou Sândala.

Posto de Saúde

Na Unidade Básica de Saúde (UBS) Dona Jovem, os preparativos para a campanha de vacinação estão indo de vento em polpa. “Iremos fazer o levantamento das escolas localizadas no Bairro Industrial e identificar quais as meninas aptas a receber a primeira dose da vacina contra o HPV. A partir daí, levaremos os materiais para as unidades da educação e aplicaremos, preenchendo cuidadosamente um formulário com dados sobre a adolescente, a fim de que a mesma seja localizada daqui a seis e meses, bem como daqui a cinco anos”, detalhou o gerente da unidade, Wellington Franca.

Prevenção

A funcionária pública Thays Brasil, mãe da adolescente de 13 anos Alane Brasil, a prevenção é importante e necessária. “Trata-se de um importante recurso de prevenção ao HPV e, mais tarde, ao câncer de colo de útero, por isso sou a favor da vacina, já que as conseqüências a serem enfrentadas pelos que vierem a recusar são terríveis e vêm acometendo mulheres em grande escala. Além dessa, qualquer forma de prevenção é importante e espero que esse benefício concedido às meninas de 11 a 13 anos seja estendido às mulheres de faixas etárias diversas, a exemplo da minha”, considerou a funcionária pública.

Por Nubia Santana

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais