Vanuza: "Meu avô morreu por omissão de socorro" (Fotos: Portal Infonet) |
A família do Sr. Manoel Oliveira, conhecido como Manoel da Leste residente na Enseada, em São Cristóvão está inconformada. Segundo a neta, Vanuza Oliveira, o avô morreu na noite do último domingo, 6, por “omissão de socorro”. Aos 82 anos, mas levando uma vida saudável, o aposentado sentiu dores no peito e foi levado a uma casa aonde está funcionando o Hospital Senhor dos Passos, mas não havia médicos e nem ambulâncias.
"Meu avô apesar da idade tinha uma vida saudável e o único problema de saúde era hipertensão que controlava com medicamentos. No domingo, ele passou o dia com a gente na Bica aqui de São Cristóvão e à noite ele sentiu dores no peito que foram aumentando gradativamente.
Manoel da Leste era muito conhecido na cidade |
Levado por minha mãe ao hospital que está funcionando em uma casa, quando chegaram lá, a informação é de que não tinha médicos. Ele desceu do carro andando e pedindo ‘me acuda, me acuda’, mas a dor piorou e ele caiu de joelhos. Como não tem ambulância, colocaram ele em um Fiat de placa IAG- 797, sem qualquer recurso, para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), já chegando morto”, relata Vanuza Oliveira enfatizando que no atestado de óbito tem causa indeterminada.
Ela, assim como toda a família, acreditam que se o Sr. Manoel da Leste tivesse sido socorrido em tempo, não teria morrido. “Meu avô desceu do carro e tentou subir as escadas, mas caiu e ninguém apareceu para tentar reanimá-lo, nem ao menor foi verificada a pressão arterial. Foi omissão de socorro sim e nós estamos decididos a entrar com ação na Justiça”, enfatiza Vanuza Oliveira.
Contraponto
Urgência e Emergência do hospital funciona em uma casa sem estrutura |
Procurada pela reportagem do Portal Infonet, a diretora filantrópica do Hospital Senhor dos Passos, Magna Barroso, o plantonista da noite do domingo ligou no final da tarde avisando que estava doente e não vinha trabalhar. “Médico também adoece e não conseguimos um substituto para sair de Aracaju, dar 12 horas de trabalho e receber pouco mais de R$ 700”, afirma.
Quanto à possível omissão de socorro, Magna Barroso discorda veemente. “Graças a Deus eu coloquei câmeras no hospital e hoje já assistimos às imagens que mostram claramente que todos que estavam na unidade correram na tentativa de socorrer o Sr. Manoel da Leste. Mostra inclusive a filha conversando com os profissionais que se prontificaram a chamar o Samu, mas ela disse que não dava tempo. Como todas as ambulâncias estão quebradas, estamos trabalhando com um Fiat e a técnica até tentou acompanhar até o Huse, mas todos da família entraram no carro”, destaca.
Reforma do hospital a passos de tartaruga
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Ela acrescentou que mesmo se a profissional de enfermagem fosse ao lado do paciente, não tinha muito o que fazer. “Que estrutura tem um Fiat? Nem mesmo um soro podia ser administrado, além de não ter condições, não tinha a prescrição do médico. Mesmo em um Fiat, ele chegou vivo no Huse. Eu não tiro a razão dos familiares em reclamar. Estou solidária e amanhã (11) estarei visitando a família. Infelizmente estamos com o hospital em reforma há quatro anos, sem que o Governo inaugure e a Prefeitura de São Cristóvão está devendo 11 meses da verba destinada à unidade. A situação está cada vez mais crítica”, enfatiza Magna Barroso.
Por Aldaci de Souza
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