Aracaju oferece dez unidades básicas como referências em saúde mental

Secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza (Foto: SMS)

A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) já vem colhendo os frutos do trabalho de reorganização do órgão que presta assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) de Aracaju.  A partir desta quarta-feira, 8, por exemplo, todas as referências em Saúde Mental da Rede de Atenção Primária (Reap) já estão funcionando.

A secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, sente que o momento de grande dificuldade na SMS está passando. “Quando iniciamos a gestão estava tudo muito desestruturado, passamos 2017 todo arrumando a casa e agora já estamos começando a ver as coisas caminharem. Estou muito feliz com o pleno funcionamento das referências em Saúde Mental na Atenção Básica, que aliás, o nosso município foi um dos primeiros a implantar, desde 2004 que trabalhamos com este modelo”, ressaltou.

Na SMS existem dez Unidades Básicas de Saúde (UBS) que são as referências em Saúde Mental voltadas ao atendimento de adultos das oito Regiões de Saúde da capital.  O psicólogo Wagner Mendonça, referência técnica em Saúde Mental da Reap, explicou que todas as referências foram conformadas. “Fizemos uma reorganização e desde hoje as referências estão com profissionais atendendo a população. Só estava faltando completar a equipe da UBS Lauro Dantas, mas agora já está concluída”, informou.

As referências para atendimento adulto têm dois profissionais da Psicologia e, pelo menos, um psiquiatra. “Quase todas as equipes estão completas e estamos só esperando o processo seletivo para chamar alguns psicólogos e tem um número de psiquiatras interessados em trabalhar no município que estão aguardando o processo de credenciamento, que é uma exigência do Tribunal de Contas para que a SMS contrate”, esclareceu.

As referências infantojuvenis são quatro, uma referência para cada duas Regiões, com a nova conformação já estão funcionando desde a semana passada. “As equipes para atendimento infantojuvenil são compostas de psiquiatra, psicólogo e assistente social, diferente do adulto, têm a inserção do profissional de Serviço Social”, frisou Wagner.

Mudanças

A unidade de referência para a 1ª e 2ª Regiões de Saúde estava muito distante, então foi transferida para a UBS Augusto César Leite, no conjunto Santa Tereza. “Nós fizemos a mudança do atendimento infantojuvenil da UBS Carlos Fernandes de Melo (que está na 6ª Região e é atendida pela referência da UBS Oswaldo de Souza) para a UBS João Cardoso, no bairro José Conrado de Araújo”, enfatizou.

Na João Cardoso, atendem a psiquiatra Andréa Guimarães e a psicóloga Tamara Tavares. A psiquiatra destaca a mudança como positiva. “Desde o dia 1º de agosto que estamos aqui. Foi uma conformação muito boa, as pessoas estão elogiando porque esta unidade é mais centralizada do que a Carlos Fernandes, no Lamarão. A nossa expectativa é de que tudo melhore a partir de agora”, pontuou Andréa.

Para Wagner, a perspectiva com esta organização é para que haja um tempo de espera menor e que o serviço seja mais próximo das casas dos usuários. “É importante fazer um alerta, pois as referências, como o próprio nome diz, não são porta aberta, são referenciadas. Isso quer dizer que o usuário do SUS que precisar de um atendimento em Saúde Mental deve procurar a sua unidade básica de saúde, a do seu bairro e lá, dependendo da consulta, o médico generalista vai fazer o encaminhamento para a referência psiquiátrica da Região de Saúde”, completou.

Próximos passos

Wagner Mendonça informou que o Ministério da Saúde (MS) está habilitando equipes multiprofissionais de Saúde Mental na Atenção Básica. “A SMS que mantêm as referências desde 2004 com recurso próprio e agora tem a possibilidade de inserir as equipes e receber o custeio. Inclusive o MS reconhece como uma das experiências exitosas em referências ambulatoriais no Brasil, o serviço de Aracaju. Então estamos servindo de inspiração para o MS e com a possibilidade agora de pleitear recursos para qualificar este serviço e podendo ampliar o número de equipes”, informou.

Outra ação é a articulação da Reap com a Rede de Atenção Psicossocial (Reaps). “A partir deste mês, nós começaremos a fazer um levantamento sobre quem são as pessoas atendidas nas referências e como é este fluxo, pois estávamos com carência de informação para permitir planejarmos melhor as nossas ações. Tivemos uma reunião esta semana com a Reaps para buscarmos qualificar esse fluxo. Porque nós temos pessoas que estão nos Caps e não deveriam, bem como temos pacientes com casos graves que não deveriam estar nas referências ambulatoriais e deveriam estar nos Caps. Então esta aproximação entre os serviços é a nossa grande aposta para que tenhamos uma melhora na linha de cuidado e que possamos ter maior fluidez”, concluiu.

Fonte: PMA

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