
A Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), tem intensificado o trabalho de atualização dos dados cadastrais dos usuários das Unidades de Saúde da Família (USFs). A medida é considerada essencial para garantir que a população seja devidamente acompanhada pelas equipes e receba informações sobre agendamentos, exames e procedimentos médicos sem atrasos ou perdas de atendimento.
Para atualizar o cadastro, as famílias devem apresentar documento pessoal de identificação e comprovante de residência atualizado. Caso morem várias pessoas no mesmo domicílio, a orientação é levar também os documentos dos demais moradores para que todos possam ser vinculados ao endereço. O procedimento pode ser feito diretamente na unidade de saúde de referência ou com o agente comunitário de saúde responsável pela área. Após a atualização, o agente comunitário realizará a visita domiciliar para confirmar que as pessoas cadastradas residem, de fato, no endereço informado. Manter esses dados atualizados assegura que cada morador esteja vinculado à equipe correta e facilita o contato da rede municipal com os pacientes.
A coordenadora da Rede de Atenção Primária da SMS, Mayra de Oliveira, explica que esse trabalho se tornou ainda mais necessário diante das mudanças constantes nos territórios. “As unidades precisam entender quem vive ali no território, porque ele é muito dinâmico. Hoje mora alguém, amanhã pode não morar. E muitos cadastros já têm mais de 24 meses sem atualização. Precisamos saber quem reside na área para garantir acesso qualificado e fortalecer o vínculo entre as equipes e os usuários”, afirma. Segundo ela, cada equipe de Saúde da Família é responsável por um recorte territorial, e o cadastramento permite que esse acompanhamento seja contínuo. “As formas de atualização podem ser pelo agente comunitário ou diretamente na USF”, reforça.
Ainda segundo a coordenadora, manter os documentos corretos é fundamental para evitar dúvidas sobre a real residência dos usuários. “É importante levar comprovante de endereço atualizado e documento pessoal. Às vezes a pessoa leva documentos que não são de moradores dali, e isso gera inconsistências. Depois, o agente de saúde confirma se a pessoa reside mesmo no endereço para validar o cadastro”, explica. Ela destaca que o cadastro atualizado também tem relação direta com a ampliação da rede. “A atualização tem impacto na organização das equipes e na implantação de novas unidades. Hoje, algumas equipes atendem mais de 4.500 pessoas, quando o ideal seria até 3.500. Para distribuir melhor a população, precisamos que os dados estejam corretos”.
A gerente de estratégia da Rede, Maria Fernanda, reforça que a atualização cadastral envolve duas frentes. “Existem dois tipos de cadastro: o individual, focado na identificação da pessoa, e o domiciliar, que vincula esse usuário ao endereço. Nele, colocamos também quem convive naquele domicílio. O Ministério da Saúde quer não só o número de cadastros, mas a qualidade das informações, a completude. É isso que garante remapeamento adequado das unidades e fortalecimento do vínculo territorial”, pontua. Ela destaca que os dados devem estar atualizados a cada 24 meses e que isso facilita a busca ativa de pacientes pelas equipes.
Nas unidades, o trabalho tem sido intensificado. A coordenadora da USF Geraldo Magela, no bairro Orlando Dantas, Taheana Santana, explica que a atualização ocorre diariamente, desde a recepção. “Quando o usuário chega para atendimento ou marcação de consulta, a equipe pergunta se o número de celular está correto. Caso não esteja, orientamos a procurar o agente de saúde, que é peça fundamental nesse processo. Um cadastro desatualizado impacta diretamente na rotina da unidade, principalmente na regulação. Quando não conseguimos avisar sobre a liberação de consulta ou exame, a vaga pode ser perdida”, explica. Ela ressalta que manter os dados em dia contribui até para um atendimento mais acolhedor. “Quando a unidade liga para o usuário informando uma consulta ou exame, ele se sente visto, lembrado, acolhido. É uma forma de humanizar o SUS”, acrescenta.
Para a usuária Pedra da Conceição dos Santos Lourenço, 41 anos, manter o cadastro atualizado é um cuidado essencial. “Mantenho sempre atualizado porque é muito importante. Se não estiver, a gente não consegue ser atendido no momento de urgência. Aqui sou bem recebida, meu cadastro é certinho. Passei por momentos difíceis, inclusive com depressão, e encontrei apoio na unidade. Sou muito acolhida pela equipe”, relata.
O agente comunitário de saúde Rivaldo dos Santos Ferreira, que atua há 16 anos na área, também reforça esse papel. “A comunidade precisa entender que um cadastro atualizado é fundamental para que o contato seja eficiente. Quando os dados estão errados, consultas são perdidas. A gente tenta atualizar nos domicílios e também quando encontra usuários na unidade. A maior dificuldade é, muitas vezes, não encontrar o usuário em casa, porque trabalha ou mudou de endereço”, explica.
De acordo com a coordenadora da Reap, a atualização cadastral também está ligada ao processo de ampliação da rede, que contará com três novas unidades em fase de construção: as USFs Renato Mazé Lucas, no bairro Soledade; Humberto Mourão, no São Conrado; e João Bezerra, no bairro Areia Branca. “Com essas novas UBS e novas equipes, a gente vai conseguir fazer uma distribuição mais equilibrada e dentro dos parâmetros do Ministério da Saúde, garantindo 100% de cobertura de atendimento primário”, concluiu Mayra de Oliveira.
Fonte: PMA
