Aracaju tem índice de cura em hanseníase maior do que BR

(Foto: Ascom SMS)

Todos os anos, desde 1954, o último domingo de janeiro é reservado para lembrar o Dia Mundial de Combate à Hanseníase. Com a intenção de sensibilizar a população e ampliar os cuidados no controle da doença, a Secretaria Municipal de Saúde realiza a Semana de Controle da Hanseníase, que teve início no dia 23 e segue até o dia 31. Na ação, as atividades de prevenção e de detecção precoce de casos da doença foram intensificadas em todas as 43 unidades de Saúde da Família.

A Prefeitura Municipal de Aracaju ampliou a busca ativa, a cura e incrementou os cuidados para detecção e tratamento das pessoas com hanseníase, doença conhecida popularmente como lepra. O resultado da qualificação da PMA na atenção à hanseníase vem superando os indicadores do Brasil, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde.

“Há mais de três anos, os percentuais de pacientes aracajuanos com hanseníase curados vêm ultrapassando o índice geral do Brasil. Além da proporção de cura, Aracaju também ampliou nos últimos anos o coeficiente geral de detecção da doença. Essa é prova de que a prevenção é o melhor caminho para ter saúde sempre”, destaca o secretário municipal de Saúde, Silvio Santos.

Da avaliação dos dados, em 2009, enquanto o índice de cura de hanseníase em Aracaju foi de 86,8%, com 158 casos diagnosticados, o Brasil ficou em 82,1%. Em 2010, a proporção de cura de Aracaju pulou para 88,54%, de 157 casos, a do Brasil ficou em 82.3%. Em 2011, Aracaju pulou para 92%, a proporção de cura de 138 casos.

“Os índices gerais de cura e de detecção de casos novos são indicadores utilizados pela Organização Mundial de Saúde que expressam a qualidade da atenção primária da saúde, do monitoramento, do controle e do acompanhamento dos casos diagnosticados, até a finalização do tratamento”, diz a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Taíse Cavalcante.

Abandono de casos

A diminuição da prevalência da hanseníase, ou seja, a queda na manutenção da doença na população aracajuana também é confirmada. Segundo informações oficiais, em 2011, em Aracaju, a prevalência de hanseníase foi de 2,5 casos, por 10.000 habitantes, o que é considerado uma média prevalência. “O desafio nessa área é continuar diminuindo para chegar à baixa prevalência, ou seja, um caso para cada 10.000 habitantes. A meta de eliminação da hanseníase é definida como um caso a cada 10 mil habitantes”, afirma Taíse Cavalcante.

Uma das técnicas do Programa Municipal de Hanseníase e Tuberculose, Tânia Santos, afirma que “com esses indicadores podemos determinar a qualidade da assistência prestada, medir a efetividade dos serviços de saúde em tratar e curar os casos identificados. A hanseníase é uma doença de prevalência socioeconômica, a queda nas taxas indica melhores condições de vida de qualquer localidade. É a garantia de que novos casos estão sendo identificados e curados”, destaca.

A referência técnica do Programa Municipal de Hanseníase, Anaide Prado, também afirma que a diminuição de surgimento de casos novos em hanseníase se deu graças à incrementação de técnicas de detecção precoce de pessoas. “Das ações de educação em Saúde, a PMA realiza regularmente capacitação das equipes de Saúde da Família, que tem demonstrado comprometimento na busca ativa de casos”, relata a técnica.

Quanto ao abandono de tratamento, o ano passado, dos 138 casos diagnosticados de hanseníase, 11 residentes de Aracaju não concluíram as etapas do tratamento. Dos motivos apurados está a transferência de residências dessas famílias para outros municípios.

Assistência

Da rotina de trabalho, a Prefeitura de Aracaju disponibiliza gratuitamente em todas as 43 unidades de Saúde da Família o exame, orientação e tratamento dos doentes. As unidades também fazem a busca ativa nas consultas individuais e nas visitas domiciliares realizadas pelos agentes Comunitários de Saúde. A PMA conta ainda com o setor de referência dessa área, o Centro de Referência de Tuberculose e Hanseníase.

“A busca ativa de pessoas com a doença, a agilidade no diagnóstico e tratamento precoce são os principais instrumentos que temos para a eliminação da doença”, afirma a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Taíse Cavalcante.

A avaliação clínica e exames dermato-neurológicos (aplicação de testes de sensibilidade, força motora e apalpação dos nervos dos braços, pernas e olhos) e exames laboratoriais como baciloscopia e biópsia são meios de detecção da doença.

Cada paciente de hanseníase fica sob a responsabilidade de uma das equipes do PSF, que faz a assistência até a alta do paciente. Há também auxílio na conclusão desse tratamento e a avaliação dos contactantes, que são as pessoas que convivem com os doentes.

Fonte: Ascom SMS

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