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“Foi como se tivesse aberto um buraco em mim”, relembra Celeane Figueiredo, quando o filho Caio, hoje com 5 anos, foi diagnosticado com autismo aos três anos. A impressão semelhante pairou nos pensamentos de Simone Mendonça quando recebeu o laudo médico atestando que o filho Daniel, de 14 anos, também tinha autismo. A partir desse impacto, ambas foram em busca de alternativas que pudessem melhorar o desempenho cognitivo dos filhos. Atualmente Caio e Daniel realizam semanalmente atividades corporais que vêm contribuindo para um acentuado desenvolvimento psicossocial e, com isso, uma melhor qualidade de vida.
Com pouco mais de um ano de terapia, Celeane Figueiredo, mãe do Caio, comemora os resultados que estão contribuindo para que o filho possa ter uma noção de comunicabilidade. Ela explica que os exercícios físicos têm contribuído também para um ótimo desempenho do menino no tocante à psicomotricidade (integração das funções motoras e psíquicas). “Nós descobrimos que além da apraxia da fala Caio tinha apraxia do corpo, ou seja, ele não tinha noção corporal. Após os exercícios, ele passou a prestar mais atenção aos comandos, a olhar para a gente melhor, além de ter ajudado na afetividade. Caio passou a ser mais carinhoso e compreensivo”, detalha.
Simone Mendonça, mãe do Daniel, também destaca o saldo positivo para o desenvolvimento do filho após mais de dois anos de terapia. Ela conta que os exercícios contribuíram para que o adolescente tivesse uma maior noção espacial, além de um grande desenvolvimento motor. “A partir das atividades corporais ele começou a se desenvolver melhor. Principalmente a parte motora. Então o Daniel aprendeu a saltar, pular, enfim, a ter uma noção maior de reflexos e flexibilidade, como andar em equilíbrio e em linha reta”, reitera.
Importância dos exercícios
Segundo o professor de Edução Física, Jonas Santos, o cognitivo de cada um é trabalhado à medida que os comandos precisam ser racionalizados para depois serem executados. “Meu objetivo é que eles possam futuramente obedecer a estes comandos de forma isolada”, afirma. Jonas acompanha Caio e Daniel há bastante tempo e relata que a evolução de ambos é surpreendente. “Foi um trabalho muito intenso para que eles pudessem ganhar autonomia”, avalia.
A maioria das atividades corporais são realizadas ao ar livre num parque da capital. A escolha do local não é mera coincidência. Jonas explica que o ambiente em questão também contribui para acelerar alguns avanços. “Como estamos no parque, meu desejo é estimular a interação social deles a partir deste ambiente. Isso é primordial para o desempenho de outras funções psicossociais”, explica.
Pequenas conquistas
As mães de Caio e Daniel relatam que o trabalho desenvolvido por Jonas ajudou os filhos a conquistar alguns comandos relativos à uma melhor autonomia para o cotidiano. “Cada conquista do Caio é como se ganhássemos na mega-sena. Ele ir para o banheiro sozinho, por exemplo, foi uma grande vitória”, recorda Celeane. Outra conquista celebrada por ela foi quando o filho deixou de beber água numa mamadeira e passou a tomá-la num copo. “São conquistas assim que me fazem ter certeza que estou no caminho certo”, pontua.
Simone também tem muito a comemorar. Ela diz que Daniel vem numa evolução que a faz ficar cada vez mais animada com as pequenas conquistas do filho. “Com a prática das atividades físicas, ele deixou de respirar pela boca e passou a ter uma respiração nasal. Isso melhorou muito a qualidade de vida dele, em especial o sono”, afirma.
Futuro
Apesar do receio em relação à repetividade dos outros para com as crianças autistas, as mães não se deixam abater com o pessimismo e almejam um futuro de independência para os filhos. “O que eu desejo para o futuro é que o Caio possa se expressar melhor e que as outras pessoas tenham paciência para entendê-lo”, afirma Celeane.
O desejo semelhante também ronda o imaginário de Simone, principalmente no tocante ao desenvolvimento da habilidade de autonomia. “Quero muito que o Daniel possa ser cada vez mais independente, fazendo aquilo que é necessário na sua vida diária, como ir ao banheiro sozinho ou tomar banho. São essas coisas simples que podem me deixar ainda mais feliz”, salienta.
Contato do professor Jonas Santos- 99120-8480
por João Paulo Schneider
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