A falta dos medicamentos no setor de oncologia do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) deixa apreensivos os pacientes com câncer. Com a ausência das substâncias, o atendimento está parado, e isso agrava o quadro de saúde de quem sofre com a doença.
Não estão sendo aplicados e distribuídos o Taxol, Zometa, Arédia, Carboplatina e Dacarbozina. De acordo com Sheila Galba, da ONG Mulheres do Peito, por conta disso, os atendimentos estão suspensos. “Todos os medicamentos são imprescindíveis para fazer quimioterapia. A maioria deles é intravenosa, então precisa ir ao Huse para tomar. O Anastrozol é um comprimido que as pessoas tomam em casa diariamente. É uma quimioterapia oral”, explicou.
O problema, no entanto, não para por aí. Com as dificuldades impostas pela concentração dos serviços no Huse, a data de atendimento para pacientes recém-diagnosticados é prevista para meados de fevereiro. “Tem uma paciente com câncer de colo de útero que precisa fazer radioterapia e quimioterapia conjugadas. A primeira é só em fevereiro, e diariamente o tumor está crescendo”, lamentou Sheila.
Por conta da desativação da máquina de radioterapia do Hospital de Cirurgia, o Huse incorporou os atendimentos. A decisão pela unidade filantrópica foi tomada mediante as constantes falhas no equipamento, que possuía 30 anos de uso. O Hospital de Urgência ampliou o turno para contemplar os pacientes oriundos do Cirurgia, mas ainda assim, é considerada uma iniciativa insuficiente.
O grupo reclama que apenas dois médicos realizam a radioterapia, e com o alto número de pacientes, ficam sobrecarregados, assim como o sistema. “Está tudo parado. Quem é paciente assistido pelo Huse não está recebendo tratamento. Ligam avisando que não tem medicamento e pedem para ligar semanalmente porque não tem previsão de chegar”.
SES
A assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que, em relação à quantidade de médicos, a oncologia do Huse hoje conta com três profissionais. Por isso, foi lançado um Processo Seletivo Seriado (PSS) com a oferta de 89 vagas para médicos, com a possibilidade de convocar uma quantidade maior.
Segundo a SES, houve um quantitativo do medicamento Taxol adquirido para hoje, de forma que não houvesse a suspensão dos procedimentos já agendados. Foram comprados 600 frascos de forma emergencial, que garantem por 30 dias os atendimentos, período que cobre o prazo máximo de entrega da indústria. Já o Zometa tem a previsão de recebimento para a próxima quarta-feira.
A Carboplatina que a SES tinha em estoque foi recolhida pelo próprio laboratório por ter apresentado problemas na coloração. O novo lote foi disponibilizado há 15 dias e já foi totalmente consumido. A nova remessa é aguardada na próxima semana.
Já chegaram hoje Aromasim, Arédia e Paminodrato. De acordo com a Secretaria, o Anastrasol não esteve em falta. Em relação a Darcarbazina, a dosagem de 100 mg acabou e a de 200 mg está disponível. “Sheila Galba foi convidada para acompanhar aqui na SES todo o processo de compra de medicamentos para ela ver a dificuldade que nós passamos. Empresa que nós planejamos para comprar 6 meses de medicamentos e só entregam quantitativo para 45 dias. É isso que acontece. E ela nunca apareceu”, justificou a assessoria.
Por Victor Siqueira
*Matéria alterada às 15h28 e às 16h09 para acréscimo de informação da SES
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