Bactéria KPC: número de mortos no Huse sobe para sete

Infectologista Iza Lobo: "A situação está sob controle" (Foto: Portal Infonet)

O número de mortes de pacientes com a bactéria Klebsiella Pneumoniae (KPC), no Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), aumentou para sete, sendo dois por infecção e cinco em pessoas colonizadas, ou seja, estavam com a bactéria, mas morreram de outros problemas de saúde. Na tarde desta quarta-feira, 17, a infectologista Iza Lobo garantiu ao Portal Infonet, que a situação está sob controle, a UTI 1 foi liberada, as cirurgias começam a ser retomadas e não há motivo para pânico.

“Durante essa semana, após a realização de todas as culturas dos pacientes, a gente conseguiu separar quem é KPC positivo e KPC negativo. Quem é positivo é pra todo tempo da internação e mesmo depois de estar em casa vai demorar um tempo pra se tornar negativo. Estamos monitorando os colonizados, ou seja, os que não estão com a infecção e no momento que apresentar algum sinal de infecção, já iniciamos o tratamento visando a KPC que pode ser a causa e ter um tratamento efetivo antes mesmo do resultado da cultura no local. Dos pacientes negativos, nós estaremos recebendo amanhã o resultado de novas culturas e pode ser que alguns estejam positivos e talvez tenhamos que mexer com esses pacientes”, explica.

Sobre a transferência de pacientes para o Hospital da Polícia Militar, a infectologista ressaltou que só foi transferido quem estava na Unidade de Paciente Crônico (UPC) e que aguardavam cirurgias ortopédicas. “Esses pacientes foram transferidos para abrir espaço para os pacientes da UTI que estavam de alta e nós estamos monitorando. Segunda-feira foi um dia de desinfecção intenso, foi tudo minuciosamente limpo, até as calhas de iluminação foram limpas para o máximo que a gente pudesse eliminar bactérias do ambiente e poder admitir pacientes. Na segunda-feira foram admitidos cinco, ontem foram mais e hoje mais ainda”, destaca.

Quanto à não realização de cirurgias no Huse em função de as UTIs estarem ocupadas, ela informou: “as cirurgias estão sendo reiniciadas, mas a situação é de não abrir tudo de uma vez só porque também os equipamentos são insuficientes, já que alguns foram levados para outros locais e estão buscando organizar os equipamentos”.

Óbitos

“Na sexta-feira tinham cinco óbitos e entre segunda e terça-feira, tivemos mais dois óbitos em pacientes colonizados, no total são sete óbitos, dois com infecção e cinco colonizados,  ou seja, morreram de outras causas, mas estavam com a bactéria.

Transmissão

A infectologista esclareceu que a forma de transmissão dessas bactérias multirresistentes é por contato, principalmente quando alguém toca no paciente que está colonizado ou infectado, com as mãos sem luvas.

“Se as mãos não estiverem higienizadas, vão levando para outros lugares. E através de materiais, por exemplo, um termômetro que coloca em um paciente e não higieniza para botar em outro. Tudo tem que ser higienizado antes e depois. Os pacientes com a bactéria colonizada podem ir pra casa tranquilamente porque ela não é uma ameaça para as pessoas saudáveis. Pode fazer tudo normal que essa bactéria não vai lhe colonizar. O paciente pode sair de alta sem problema, sem nenhuma recomendação específica pra casa, ele só não pode sair para outras alas, sem precaução. Só no momento que tiver duas culturas negativas e não ter sido identificada a bactéria, porque não haverá possibilidade de ele cruzar essa bactéria pra outros pacientes mais graves como na oncologia, na UTQ, que são locais de pacientes mais graves e poder ameaçar”, diz.

"As pessoas podem ficar tranquilas. Provavelmente tende a surgir novos casos de colonizados, mas tá tudo restrito à UTI 2 e à UPC, que está dividida entre pacientes positivos e negativos que precisam da realização de outra cultura", enfatizou a médica.

Por Aldaci de Souza

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