Bareback chega ao Brasil e preocupa a Saúde Pública

Aids: encontro de vírus pode criar nova espécie resistente ao tratamento (Foto: sxc.hu/Arquivo)

É grande a preocupação da Diretoria do Programa de Combate a Doenças Sexualmente Transmissíveis com a disseminação do bareback, a prática do sexo inseguro que surgiu nos Estados Unidos e já conquistou adeptos no Brasil. A disseminação do bareback está sendo articulada por internautas brasileiros que utilizam nomes falsos para conquistar presas fáceis, com convites abertos para a prática sexual sem uso de preservativos e sem preocupação, atraindo inclusive os próprios soropositivos.

O médico Almir Santana, gerente do Programa Estadual de DST/Aids, da Secretaria de Estado da Saúde, tomou conhecimento deste comportamento através de alerta feito por um internauta e já está desenvolvendo ações para conscientizar os homens, especialmente homossexuais, que demonstram certo descaso com a prevenção. Mesmo para os soropositivos, a prática do sexo inseguro é perigosa, conforma alerta Almir Santana.

O médico explica que ao se relacionar com parceiros também soropositivos, o paciente fica vulnerável a novas contaminações. Como há um universo de diferentes espécies, os vírus poderão se encontrar no organismo e, desta união, surgir um novos vírus resistente ao tratamento. “Quando os vírus diferentes se encontram, podem trocar material genético e aí pode surgir um novo vírus resistente ao tratamento e isso pode agravar a epidemia”, explica Almir Santana.

Almir Santana já começou a debater bareback nas palestras (Foto: Arquivo Portal Infonet)

“Recebi informações de uma pessoa que este tipo de prática [o bareback] existia nos Estados Unidos e fiquei triste quando soube que isso já existe no Brasil porque tudo isso dificulta a prevenção”, ressaltou o médico Almir Santana. Para Almir Santana, trata-se de uma prática criminosa, tipificada no Código Penal brasileiro. O artigo 131 do Código Penal prevê pena de reclusão que varia entre um ano a quatro e multa, crime considerado como perigo de contágio de moléstia grave.

Em Sergipe, a Secretaria de Estado da Saúde já contabiliza 3.864 casos, com 1,1 mil mortes. Um índice considerado elevado. “Há uma média de mais de 300 casos ao ano, num patamar de quase um novo caso detectado por dia”, diz. “Isso preocupa, principalmente com os homossexuais que estão banalizando o sexo e não estão se prevenindo”, considera o médico.

Por Cássia Santana

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