O período chuvoso que atinge Aracaju coincide com as altas temperaturas. É nessa época do ano que, na capital sergipana, alguns minutos são suficientes para que haja uma virada no clima. E é nesse tipo de período que escorpiões saem dos seus esconderijos e acabam encontrando habitat dentro das residências nas regiões urbanas, para evitar as chuvas e inundações.
A explicação vem do supervisor de Endemias do Centro de Zoonoses de Aracaju. José Bonfim explica que os escorpiões procuram locais em que não possam morrer afogados, e pode se esconder em gavetas, cantos, brechas e amontoados dentro das casas. Duas espécies são mais comuns em Aracaju: a titys stigmurus e a tityus serrulatus. Em ambas, os animais têm a cor amarela como predominante e não oferecem grandes riscos. “Quando acontece picadas, é sempre de forma acidental. O escorpião não qualquer interesse no humano, mas se você colocar a mão ou o pé ali onde ele está escondido, por instinto, ele dá a picada para se defender do que considera ameaça”, explica Bonfim.
De acordo com o profissional, normalmente as picadas são bastante dolorosas, mas não avançam para sintomas mais graves. Entretanto, ele faz um alerta. “Em algumas pessoas, pode desenvolver um inchaço na região da picada, febre. Nesses casos, a gente recomenda ir até uma unidade de saúde ou urgência para receber uma dose do soro”, explica.
A possibilidade de morte por picada de escorpião, Bonfim considera como remota. “Essas espécies predominantes aqui são mais inofensivas. Claro que o veneno reage diferente de acordo com a quantidade de anticorpos da vítima, mas a última morte registrada em Aracaju por picada de escorpião, por exemplo, foi há 32 anos”, mensurou.
Bonfim explicou que o melhor método para proteger a residência desses animais é eliminandi as baratas, que está no topo da cadeia alimentar dos escorpiões. “Se houver uma dedetização eficaz contra as baratas, o escorpião perde o interesse naquele espaço”, pontua.
Em caso de acidentes com picadas de escorpiões, Bonfim explica que a captura do animal pode ajudar o profissional médico na escolha do soro mais eficaz e o Centro de Zoonoses no monitoramento das espécies. “Para o médico, saber qual espécie fez a picada, faz com que ele medique o soro correto. Nós também pedimo que, se possível, tragam o animal para o Centro de Zoonoses, que aqui nós monitoramos se há entrada de novas espécies nas regiões da cidade”, justifica.
Por Ícaro Novaes
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