Câncer de pele: Dicas de prevenção e tratamento

Dermatologista Tatiane Andrade fala dos fatores causadores do Câncer de Pele (Fotos: divulgação)

O câncer de pele é o tipo mais comum e representa mais da metade dos diagnósticos de neoplasias malignas. Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), são estimados mais de 100.000 novos casos no Brasil em 2016.

De acordo com a dermatologista Dra. Tatiane Andrade Mendonça, entre os principais fatores relacionados estão: idade (mais comum em maiores de 40 anos), peles claras, predisposição genética e principalmente a exposição solar. “Porém, pela significância desse último fator, tem-se observado casos de câncer de pele em indivíduos cada vez mais jovens e com fototipos mais altos (tons de pele mais escuros)”, afirmou.

Alguns sinais e sintomas são de alta suspeição para câncer de pele: ferida que não cicatriza espontaneamente em até cerca de quatro semanas; lesão em forma de nódulo róseo ou avermelhado de crescimento lento, porém progressivo; pinta na pele que começou a coçar, sangrar ou que tenha apresentado mudanças em suas características (coloração, tamanho e/ou forma). Todos eles são aspectos mandatórios para a procura do especialista.

Cirurgião plástico Ricardo Araújo

Segundo a Dra. Tatiane Mendonça, para se proteger do câncer de pele, deve-se evitar as queimaduras solares agudas, bem como a exposição crônica ao sol. “Devemos fazer uso de medidas físicas, como chapéus de abas largas, camisetas com proteção UV, óculos escuros, e do uso correto do protetor solar que deve ser usado diariamente e não somente em horários de lazer ou diversão”, disse, acrescentando que o produto deve ser reaplicado a cada duas horas ou menos em atividades ao ar livre e no uso diário aplicar uma boa quantidade pela manhã e reaplicar antes de sair para almoço. Em crianças, o uso do protetor é iniciado a partir dos seis meses. Além disso, os pacientes com histórico familiar de câncer de pele e os portadores de diversas pintas devem ter acompanhamento periódico com dermatologista.

A dra. Tatiane Mendonça conta que o tratamento padrão-ouro é a exérese com margens cirúrgicas adequadas. Outras opções de tratamento em casos selecionados são: curetagem e eletrodissecção, criocirurgia, uso de medicações orais e locais, terapia fotodinâmica e radio/quimioterapia. Quando se trata de melanoma e também do carcinoma espinocelular, é importante a realização do estadiamento para detecção precoce de possíveis acometimentos em linfáticos e de outros órgãos.

Diagnóstico

Segundo a dermatologista, o mais importante para o diagnóstico é o exame clínico feito por profissional capacitado. “Há alguns anos, estamos tendo o auxílio da dermatoscopia, que é um exame realizado com aparelho que emite luz halógena e amplia a lesão em cerca de 10 vezes. Em casos duvidosos realizamos a biópsia cutânea de uma parte ou de toda a lesão para exame histopatológico”, ressaltou.

Cirurgia plástica

De acordo com o cirurgião plástico e diretor técnico do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), Dr. Ricardo Araujo, o papel da cirurgia plástica é muito importante no tratamento do câncer de pele, tanto na realização de reconstruções avançadas dos defeitos cirúrgicos criados pela retirada dos tumores quanto pela capacidade de correção de sequelas pós-operatórias como, por exemplo, o ectrópio (queda da pálpebra) que pode surgir após retirada de lesões próximas dessa região.

“Sem falar do maior cuidado estético nas cicatrizes sem perda do rigor oncológico do tratamento do câncer de pele. O ideal é quando cirurgião plástico e dermatologista tratam juntos o câncer de pele, como fazemos na nossa prática”, afirmou Dr. Ricardo.

Ele lembra que o cirurgião plástico e o dermatologista devem ser profissionais pertencentes à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e à Sociedade Brasileira de Dermatologia, respectivamente, para maior segurança dos pacientes.

Com informações da Assessoria de Imprensa