A morte do vocalista do grupo Molejo, Anderson Leonardo, no final do mês de abril, aos 51 anos de idade em decorrência de câncer nos testículos, levantou a necessidade de debater sobre este tipo de neoplasia, de apresentar para a população as possíveis causas e os sintomas da doença. Segundo matéria publicada pelo site UOL, o músico descobriu um câncer inguinal em outubro de 2022, e em maio do ano passado foi diagnosticado com câncer nos testículos.
O médico urologista Rodrigo Tonin, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia e da Associação Americana de Urologia, ressalta que a doença acomete mais homens jovens em idade reprodutiva, entre 15 e 35 anos, e por essa ser a fase em que há replicação celular com maior rapidez, faz com que as células doentes se multipliquem rapidamente, podendo acelerar o “espalhamento” do câncer para outras partes do corpo.
“Embora seja um tipo de câncer considerado raro, ele tem feito muitas vítimas no Brasil. Dados da SBU mostram que nos últimos cinco anos foram realizadas cerca de 25 mil orquiectomias, cirurgia para a retirada de um ou
dos dois testículos. Já levantamento feito pelo INCA e divulgado no Atlas de Mortalidade, entre os anos de 2012 e 2021, a doença provocou a morte de 3.700 homens”, cita o médico urologista. O Atlas da Mortalidade do ano 2021
registrou o óbito de 439 homens por causa do câncer de testículo.
O câncer de testículo corresponde a 1% dos tumores nos homens e a 5% de todos os cânceres urológicos, e se descoberto na fase inicial, tem chance de cura de 95%.
Projeções futuras da doença
E as projeções para os homens brasileiros não são animadoras, alerta Rodrigo Tonin, com base no estudo científico publicado no periódico BMC Urology, do Reino Unido, que divulga artigos de pesquisas originais em todos os aspectos da prevenção, diagnóstico e tratamento de distúrbios urológicos, entre outros problemas relacionados ao tema.
O estudo estima que no Brasil haverá aumento de 26,6% no número de mortes por câncer de testículos entre 2016 a 2030, quando comparado com os registros de 2011 a 2015.
Essa neoplasia, explica o Dr. Rodrigo Tonin, tem fatores hereditários, ou seja, é maior o risco de surgimento da doença em pessoas que possuem histórico de câncer de testículos na família, principalmente em parentes de primeiro grau. Síndromes genéticas também colaboram para o aparecimento do problema. Outro fator de risco é a não descida do testículo para o saco escrotal, que pode provocar alteração nas células, estimulando o surgimento
da neoplasia.
Sintomatologia
Entre os sintomas mais comuns da doença estão: presença de caroço ou inchaço em um dos testículos, não havendo, necessariamente, a presença de dor; alteração na textura dos testículos; desconforto na parte inferior do abdômen ou nas costas; fraqueza; tosse e falta de ar.
O câncer de testículo é um dos tipos da patologia com mais chances de cura, quando diagnosticado precocemente, por isso, o médico urologista Rodrigo Tonin aconselha que os homens pratiquem o autoconhecimento do corpo, algo
semelhante ao que fazem as mulheres, quando do autoexame para detecção do câncer de mama.
“Ao fazer esse autoexame e perceber a presença de algum caroço no testículo, busque imediatamente um urologista para investigar o caso. Quanto mais cedo o tratamento for iniciado, maior a chance de cura. Recentemente, estive em um dos mais importantes eventos sobre câncer urológico do mundo, o Congresso Internacional de Uro-Oncologia, em São Paulo, onde debatemos as novidades e efetividades dos tratamentos para todos os tipos de neoplasias que acometem o sistema urológico”, enfatizou o médico.
Fonte: Assessoria de Imprensa
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