Câncer: MPE quer criação de fluxo para Casas de Apoio

Audiência aconteceu no MPE (Foto: Portal Infonet)

O Ministério Público Estadual (MPE) realizou nesta quinta-feira, 3, uma audiência com o objetivo de discutir a parceria entre as duas instituições filantrópicas que lidam com crianças com câncer [GACC e Avosos] junto ao Hospital de Urgência de Sergipe (Huse).

Na audiência foi destacado o apoio que as instituições estão fornecendo ao Huse, muita das vezes, suprindo a carência do estado em fornecer medicamentos e realização de exames a crianças e adolescentes que necessitam do tratamento.

Segundo o promotor da saúde, Antônio Fortes, apesar de todo o apoio das instituições que lidam com o câncer não é suficiente, já que o estado é que tem por obrigação de suprir tal necessidade.

“São duas casas muito importantes que trabalham de forma extraordinária junto ao Huse. Demos um prazo à Fundação e ao Huse a criarem o fluxo de trabalho para essas casas de apoio para a gente potencializar o serviço que eles oferecem. São voluntários que não cobram e se dispõem a ajudar o Huse e estavam tendo dificuldades em fornecer a própria ajuda, seja de medicamento e exames, mas creio que vamos caminhar bem na solução do problema. É uma obrigação estatal o fornecimento e medicamento oncológico, mas que infelizmente vem faltando muito e é a realidade, pessoas sofrem e morrem. Já foi judicializado, já têm liminares, mas sendo descumprida e as casas suprindo o que eles deixam”, informa.

Uma nova audiência foi reagendada para o dia 25 de setembro às 9h.

Casas de apoio

Representantes do GACC e Avosos participaram da audiência. De acordo com o representante do GACC, Fred Gomes está ficando difícil para as casas de apoio que lidam com criança com câncer, arcarem com medicamentos e exames
“Existe a falta de medicamento e às vezes na assistência dos exames está ficando difícil para que as casas de apoio arquem com esse pagamento de exames particulares e a compra de medicamentos. Então o que é necessário é que as instituições sejam parceiras do estado, mas em nenhum momento ela pode assumir o papel do estado e é isso que estamos conversando para um denominador comum”, garante.

Na audiência, o gerente geral da Avosos, Wilson Melo, destacou que existe um termo de parceria com a Fundação, sendo que ele está sendo inviável, podendo a instituição suspender a parceria. “É sofrido ao longo de 28 anos e nós queremos que o estado tome o papel de administrar, de planejar e não de faltar medicamento com tanta frequência que ao longo de 28 anos a gente convive. Não é que a Avosos vai deixar de ajudar, ela é sempre uma parceira e vai estar junto aos pacientes, mas do jeito que está é preciso que se sente para planejar em melhor atender essa criança e adolescente. Temos uma parceria com a fundação há dois anos e nunca a fundação chamou a Avosos para ver como está realmente o fluxo. Nestes últimos dias tivemos uma reunião e a diretoria decidiu que do jeito que está, os termos desta parceria, a gente não concorda e tem que ver esse termo para que a gente possa discutir, o estado possa tomar conhecimento das necessidades reais dos pacientes como medicamento, exame e realmente a gente poder atuar”, diz

SES

O assessor jurídico da SES, Max de Carvalho, destacou que o estado vem trabalhando para minimizar os problemas. “Na verdade a gente ta tentando alinhar um novo fluxo entre Fundação, SES e as casas de apoio que são de crucial importância para poder auxiliar a administração pública no atendimento a criança portadora de câncer. Tanto a fundação quanto a SES eles vem se esforçando para garantir o abastecimento do medicamento, inclusive no começo do ano até agosto à gente vem abastecendo de forma rotineira e a realidade anterior de eventuais faltas de insumos já não corresponde à realidade hoje. É importante também esclarecer que a responsabilidade pelo atendimento de qualquer paciente com câncer é do estado, através da SES que tem o Unacon junto ao Huse”, garante.

Por Aisla Vasconcelos