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Casa onde funciona o Caps (Fotos: Portal Infonet)
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O Centro de Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), localizado no Rosa Maria, em São Cristóvão, funciona em uma residência improvisada na rua Venerável Valdomiro Teófilo dos Santos, 278. O endereço que recebe centenas de usuários em tratamento e ressocialização social em decorrência dos transtornos da mente funciona em um imóvel alugado com salas pequenas e insalubres.
A denúncia realizada por um ex-usuário do Centro, Moises de Souza Ferreira, conhecido como Shalom, a equipe do Portal Infonet, mostra ainda que o local não oferece alimentação, falta medicação e o espaço que não oferece possibilidade para desenvolver as atividades dos usuários.
“Não é a primeira vez que venho mostrar o descaso com a falta de uma politica pública que trate a saúde mental com responsabilidade. Infelizmente desde 2012 que a administração local vem tratando a saúde mental com descaso. Não existe alimentação para os usuários, falta atividade para eles desenvolverem e a casa é insalubre”, fala.
Sobre a alimentação, Moises de Souza, que mora na localidade, afirma que muitos usuários precisam de uma alimentação adequada. “O que nós temos aqui, são pessoas que saem dos povoados a pé e vem para o Centro. Quando elas chegam aqui já estão com fome e fracas, porque a medicação puxa muito da alimentação. Esses usuários contam hoje com a solidariedade das pessoas que trabalham no Caps. Essas pessoas compram arroz, carne e biscoito para improvisar um lanche para as pessoas que precisam se alimentar”, diz.
Medicação
“A falta de medicamentos que são muito importantes para quem tem transtorno é constante. São medicamentos como haloperidol, Neozine e Rivotril. A falta dessa medicação termina provocando um transtorno maior no usuário e ele pode surtar. O surto provoca um problema para os parentes e os vizinhos”, alerta Moises de Souza que teme pelo atraso de três meses de salários dos funcionários.
"Nós temos funcionários que estão há três meses sem receber, isso é muito perigoso porque podemos perder os profissionais", fala.
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O funcionário Eduardo fala sobre os esforços para atender aos usuários
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Esforços
A equipe conversou com o professor de educação física, Flávio Antônio Fontes Santos, que atua no desenvolvimento de atividades para os usuários. O funcionário explicou que atualmente o Centro dispõe de enfermeiros, auxiliares, psicólogos, psiquiatra e professor de educação física.
“Nós temos trabalhado com o que temos para atender da melhor forma possível os usuários. Nós temos uma rede da prefeitura que atua em conjunto com o Caps para os casos em que necessitamos de serviço social. Temos consciência de que podemos melhorar e vamos melhorar, mas temos que trabalhar e estamos trabalhando com muito empenho. Fazendo esforços para atender a todos os usuários”, salienta o funcionário.
A diretora de saúde, Larissa Bezerra, reconheceu que existe uma deficiência em relação ao imóvel. Ela explicou que é difícil encontrar casas na região do Rosa Maria e que antes, o Caps funcionava em um local que não tinha uma área de ventilação adequada.
Em relação à alimentação, a diretora, esclareceu que não existe um processo de licitação e que vem fazendo esforços, desde março quando começou na pasta, para reunir a documentação necessária para o setor de compras. “Atualmente o setor de compras está analisando e fazendo o orçamento para posteriormente ser feito o processo de licitação”, diz.
Larissa Bezerra salientou que algumas medicações estão faltando. “Temos alguns medicamentos psicotrópicos e outros estão faltando, mas já estamos no processo de licitação e provavelmente no mês de maio já receberemos os medicamentos que estão faltando no estoque”, pontua.
Questionada sobre atraso de salários dos funcionários, ela preferiu não comentar.
Por Kátia Susanna