Casos de leptospirose diminuíram em Sergipe, afirma a SES

Marco Aurélio, infectologista da SES (Foto: SES)

O Núcleo de Doenças Transmissíveis da Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que os casos de Leptospirose no estado de Sergipe caíram neste ano. Foram analisados dados de 2017 e 2018 do primeiro semestre, período de janeiro a junho, o número de casos confirmados baixou de 11 em 2017 para sete em 2018, com um óbito em relação a dois no ano passado.

De acordo com a coordenadoria da Vigilância Epidemiológica da secretaria de Estado da Saúde (SES), isso ocorre graças às ações educativas promovidas regularmente pela SES junto aos municípios na orientação à população sobre como agir em épocas de chuva, o que fazer após o contato com áreas alagadas, especialmente em locais carentes de saneamento básico.

O médico infectologista da SES, Dr. Marco Aurélio Góes, explica que essa diminuição o alerta permanece e com a intensidade das chuvas é preciso ficar atento ao período de incubação da bactéria que é de 40 dias a partir do contato com a água contaminada. Se depois deste período, a pessoa sentir dor de cabeça, febre, dores no corpo e principalmente dor na panturrilha, a popular batata da perna, deve procurar o serviço de saúde urgente. A transmissão da Leptospirose não acontece de uma pessoa para outra.

Ainda de acordo com o infectologista da SES, Leptospirose, em muitos casos, pode ter sintomas leves e ser confundida com doenças virais, apesar de ser bacteriana. “As que procuram as unidades hospitalares ou serviços de saúde são as que desenvolvem as formas mais graves. É uma doença sistêmica e a principal característica é a fragilidade dos vasos sanguíneos e capilares, o que possibilita o risco de sangramentos”, informa.

Cuidados

O tratamento da Leptospirose consiste em: hidratação e uso de antibióticos.  Porém, a cura da doença pode ser espontânea. A maioria dos pacientes apresenta melhora em uma semana. Dr. Marco Aurélio, alerta que é muito importante que as pessoas não se automediquem.

“No começo do quadro a pessoa contaminada sente muitas dores no corpo, fibromialgia, febre o que faz com que medicamentos sejam usados sem prescrição médica. Medicamentos que contêm ácido acetilsalicílico (Aspirina, Melhoral e anti-inflamatórios como Voltaren e Profenid, por exemplo) devem ser evitados, pois aumentam o risco de sangramentos, tanto para a leptospirose quanto para a dengue, doenças com sintomas parecidos”, revela.

Sintomas

A Leptospirose pode ser assintomática, o que a torna ainda mais perigosa. Quando há sintomas o paciente pode apresentar: febre alta repentina, mal-estar, dor muscular (mialgias), especialmente na panturrilha, na cabeça e no tórax, olhos vermelhos (hiperemia conjuntival), tosse, cansaço, calafrios, náuseas, faringite, diarreia, desidratação, exantemas (manchas vermelhas no corpo), aumento dos linfonodos, baço e fígado.

Em casos mais graves podem ocorrer icterícia, hemorragias, complicações renais, torpor e coma. A principal causa de morte dos pacientes da Leptospirose é a Síndrome da Angústia Respiratória Aguda (SARA), uma espécie de insuficiência pulmonar.

“Menos de 10% dos casos desenvolvem sintomas graves. Mas quem apresenta sintoma já está numa fase que exige muita atenção, pois o quadro pode complicar. Quando é assintomática ou com poucos sintomas pode passar como se fosse uma virose e se resolver espontaneamente, mas, geralmente essas formas são as que não procuraram os serviços de saúde. Os números de casos que temos são justamente das pessoas que tiveram muitos sintomas. A preocupação é que, uma vez iniciados os sintomas, é difícil saber qual caso será grave ou não”, diz Dr. Marco Aurélio.

Prevenção

Os cuidados que podem ser tomados para prevenir-se da Leptospirose são: medidas básicas de higiene, embalar bem o lixo, ferver a água ou colocar algumas gotas de hipoclorito de sódio ou de água sanitária antes de beber ou cozinhar, lavar bem os alimentos, especialmente frutas e verduras que serão consumidas cruas, vacinar os animais de estimação e manter rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água.

É importante também não deixar as caixas d’água destampadas, usar luvas e botas de borracha se trabalhar em ambientes que possam ser reservatórios da bactéria Leptospira, não se automedicar caso haja suspeita de infecção pela bactéria da Leptospirose, usar proteção de botas e/ou luvas ou sacos plásticos se fizer a limpeza de caixa de esgoto, manusear materiais de locais onde possam existir ratos como lixo, material de construção, entulho e tiver contato com regiões marginais de rios e lagos, como em pescarias.

Fonte: SES

 

 

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