O mês de setembro chegou e com ele a importância de enfatizar a valorização da vida. Por isso, a Central de Transplante (CET), unidade da Secretaria de Estado da Saúde (SES), alerta para a importância da doação de órgãos, um ato nobre que, muitas vezes, é a única esperança, a única oportunidade de recomeço para quem precisa da doação, alguém que, hoje, pode ser um desconhecido, mas amanhã um amigo próximo, um parente ou até mesmo quem lê este texto. Doar órgãos é doar vida.
O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que substitui um órgão ou tecido doente como coração, fígado, pâncreas, pulmão, rim, córneas, por outro saudável. O doador pode ser uma pessoa viva, como acontece em casos de doação de rim, ou que apresente morte encefálica, ou seja, a perda completa e irreversível das funções cerebrais, definida pela extinção das funções corticais e de tronco cerebral, caracterizando a morte.
Conforme registros da CET até 2013 ocorreram, no estado de Sergipe, 1043 transplantes de córnea, em 2014 foram 132, 2015 totalizou 137, em 2016 aconteceram 141, em 2017 ocorreram 165, já em 2018 deram-se 210 e até este momento, em 2019, 122 transplantes de córnea foram realizados. Para transplantes de coração, dois foram realizados até 2013 e um em 2017. Quanto aos transplantes renais, de 2017 a 2014, há o registro de 24 por doadores vivos e 44 por doadores mortos, e em 2019, até este momento, foram registrados quatro por doadores mortos, totalizando 72 transplantes de rim.
O coordenador da Central de Transplante em Sergipe, Benito Fernandez, destaca a necessidade de os indivíduos informarem às suas famílias de que são doadores. “Quem autoriza a doação de órgãos são os cônjuges ou parentes de até segundo grau. Sergipe tem uma negativa familiar muito alta, 65% das famílias negam a doação e nós precisamos instrumentalizar a sociedade, mostrar a eles como o processo ocorre, a segurança do diagnóstico de morte encefálica, que é bastante preciso. Só doa órgãos aquelas pessoas que evoluem para a morte encefálica”, disse Benito.
Em casos de parada cardiorrespiratória não acontece doação de órgãos, mas é possível a doação de córneas, explica Benito. “A córnea é um tecido cuja captação é feita em 40 minutos, no necrotério, no Instituto Médico Legal (IML), na residência, onde a família autoriza pode ser captada. O que a gente precisa é saber a causa da morte, ter menos de seis horas entre a parada cardiorrespiratória e a autorização da família. Hoje, no estado, nós temos 209 pessoas que aguardam por uma córnea e por ser um procedimento simples, como dissemos, não haveria necessidade de existir essa fila que chega a ser de nove meses, um tempo longo em que as pessoas sofrem muito”, ressaltou.
Programação
– 19 de setembro – 9 horas: audiência Pública na Assembleia Legislativa para aprovação do projeto “Semana Municipal de Incentivo e Conscientização para Doação de Órgãos”.
– 21 de setembro – 16 horas: 1ª Corrida da CET/SE, no Parque da Sementeira.
– 23 de setembro – das 8h às 18h: Simpósio sobre Doação e Transplante de Órgãos em Sergipe, no auditório do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), com a participação de Alexandre Barroso, transplantado de fígado.
– 26 de setembro – 19h30: Missa em intenção aos Doadores de Órgãos e familiares, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida/Bugio.
Fonte: SES
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