Combate ao Fumo: entenda o que acontece com o corpo ao parar de fumar

Segundo especialista, benefícios começam a surgir já nos primeiros minutos após o último cigarro. (Foto: Divulgação/Oncoclínicas)

O câncer de pulmão é uma das doenças oncológicas mais letais no mundo, registrando cerca de 1,8 milhão de óbitos anuais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) estimam que mais de 32 mil pessoas apresentem tumores pulmonares a cada ano até 2025.

A prevenção continua sendo um desafio crucial, destacado pela campanha “Agosto Branco” em vigor neste mês, pelo Dia Nacional de Combate ao Fumo, dia 29. O tabagismo, responsável por 90% dos casos da doença de acordo com o INCA, ainda é um problema significativo. Em Sergipe, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 8,3% da população é fumante de tabaco.

De acordo com o oncologista Ronnei Assis, da Oncoclínicas Sergipe, parar de fumar é um dos passos mais importantes que uma pessoa pode dar para melhorar a saúde e aumentar a qualidade de vida. “Os benefícios começam a surgir já nos primeiros minutos após o último cigarro e continuam a crescer com o passar dos dias, meses e anos”, aponta.

Após 20 minutos sem fumar, a pressão arterial e a frequência do pulso voltam ao normal. No mesmo dia, a nicotina é eliminada do sangue, os níveis de monóxido de carbono se normalizam, e os pulmões começam a funcionar melhor. Em apenas 48 horas, o olfato e o paladar já mostram melhorias significativas, e em até 3 meses, a circulação sanguínea se aprimora, facilitando atividades diárias, como caminhar, e aumentando a função pulmonar em até 30%.

Com um ano sem fumar, a chance de desenvolver doenças cardíacas cai pela metade, e após 5 anos, a possibilidade de sofrer um AVC e infarto se aproxima da de um não fumante. Em 10 anos, a probabilidade de surgir algum tipo de neoplasia reduz significativamente, e após 15 anos, o potencial de ter um tumor no pulmão pode ser comparável à de quem nunca fumou.

“Independentemente da idade, quanto mais cedo a pessoa parar de fumar, mais anos de vida ela ganha. Isso é válido tanto para a redução do risco de câncer quanto para outros problemas de saúde, como alterações cardíacas e pulmonares”, completa Ronnei Assis.

Segundo o oncologista, existem três fatores principais que ajudam no processo de cessação do tabagismo. O primeiro é o tratamento de manutenção, que inclui o acompanhamento médico, seja com psiquiatras, psicólogos ou pneumologistas, além do apoio familiar, que é fundamental nessa jornada.

“O segundo fator é a ausência de gatilhos, já que a exposição a situações que estimulam o desejo de fumar aumenta o risco de recaída. O terceiro é a baixa dependência química; pacientes com menor carga de nicotina têm mais facilidade em abandonar o cigarro”, explica.

O problema dos vapes

Nos últimos anos, um novo vilão tem preocupado especialistas de todo o mundo: os cigarros eletrônicos, popularmente conhecidos como vapes. Apesar de serem proibidos no Brasil, um em cada cinco brasileiros com idades entre 18 e 24 anos já experimentou o dispositivo, segundo dados do Ministério da Saúde.

Muitas vezes promovidos como alternativas menos nocivas ao cigarro tradicional, esses aparelhos têm conquistado especialmente o público jovem ou pessoas que desejam parar de fumar e acreditam que, ao mudar para o dispositivo, será mais fácil abandonar o tabaco, o que é um mito.

“Sabemos que existem diferentes tipos de vapes, com substâncias e níveis de nicotina variados, alguns até superiores aos do cigarro convencional. Estudos atuais mostram que o uso do dispositivo aumenta o risco de câncer, embora não seja tão elevado quanto o do tabagismo tradicional. No entanto, como são uma novidade, ainda não temos um acompanhamento a longo prazo para avaliar os efeitos em profundidade”, afirma o médico Ronnei Assis.

Já é comprovado, segundo o especialista, que quanto maior for a exposição e o tempo de uso do vape, maiores serão as chances de desenvolver patologias como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e, eventualmente, câncer. “Portanto, a melhor estratégia é parar de fumar definitivamente, com o apoio familiar e o acompanhamento multidisciplinar necessário”, finaliza.

21 dias sem cigarro

Para apoiar a conscientização sobre os perigos do tabagismo, está no ar a campanha Cuidar sem Limites, promovida pela Oncoclínicas&Co, que traz como mensagem central “0% de fumaça é cuidar 100% da saúde”. Com ativações em redes sociais e ambientes físicos, a iniciativa convida fumantes a passarem 21 dias sem consumir cigarros e, assim, sentir os efeitos positivos de uma vida livre do vício.

Fonte: Ascom Oncoclínicas

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