Uma das integrantes da Comissão dos Aprovados do Concurso da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), Emmele Bastos, afirmou nesta quarta-feira, 26, que a maternidade do Hospital Universitário da UFS, localizado em Aracaju, não está fazendo jus ao investimento que foi feito.
Segundo Emmele, o local tem capacidade para realizar 200 partos por mês, mas segue operando abaixo do esperado. “O espaço tem toda a estrutura física adequada. Mas não tem recursos humanos e materiais suficientes para contemplar a saúde da mulher, sobretudo no que diz respeito a realização de partos”, pontua.
De acordo com as informações de Emmele, enquanto a maternidade não é inaugurada, cerca de 750 aprovados no concurso da Ebserh, realizado em janeiro do ano passado, não são convocados. “Os recursos humanos, em tese, já possui. Mas ainda faltam alguns equipamentos e uma contratualização entre as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde para viabilizar o funcionamento do local”, destaca.
Na visão de Emmele, o HU poderia firmar uma parceria com a SMS ou a SES para que a população tivesse acesso aos serviços que a maternidade tem a capacidade de realizar. “Não seria necessário, por exemplo, que as duas secretarias firmassem uma parceria com o hospital. Bastava apenas uma. Mas infelizmente há uma impasse entre os gestores que impedem o local de funcionar como deveria”, salienta.
HU/Aracaju
Em nota, o Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU-UFS), filial da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), informa que a construção da unidade materno-infantil foi planejada para atividades de ensino e pesquisa, com resultado assistencial de média e alta complexidade. “A concepção desse projeto foi embasada em dados do DataSUS sobre deficiência de leitos materno-infantil em Sergipe”, destaca a unidade hospitalar.
Ainda segundo o Hospital, muitos dos hospitais universitários federais, além dos hospitais gerais, contam com unidades materno-infantil para atender às necessidades acadêmicas e, por consequência, de assistência. “Embora a contratualização seja uma decisão dos gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) municipal e/ou estadual, o HU-UFS/Ebserh, como hospital público e campo de formação e capacitação profissionais, entende que tem preferências legais nesses processos e aguarda uma decisão futura dos referidos gestores”, finaliza a nota.
SES
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que a contratualização da maternidade do HU/Aracaju é de responsabilidade da gestão municipal.
SMS
A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou, por meio de nota, que em nenhum momento houve tratativas a respeito de contratualização municipal de leitos da unidade materno-infantil do Hospital Universitário da Universidade Federal de Sergipe (HU). Segundo a SMS, cabe ao HU viabilizar o funcionamento de sua unidade de atendimento, visto que a Prefeitura de Aracaju, por meio da SMS, está construindo uma maternidade municipal, no bairro 17 de Março. A SMS disse que o equipamento integrará a rede de saúde da capital e terá capacidade para realizar até 500 partos por mês. E destacou que a obra, cujo projeto está 70% executado, é resultado de um investimento superior a R$17 milhões.
“Diante desse investimento e da média de partos realizados por usuárias SUS de Aracaju, o município não tem necessidade, neste momento, de contratar mais leitos obstetrícios. Atualmente, a rede possui contrato para esse tipo de serviço com a maternidade Santa Isabel, o qual inclui 17 leitos de obstetrícia cirúrgica e 52 leitos de obstetrícia clínica. Levantamento realizado entre os anos de 2016 até 2020 mostra que usuárias da capital correspondem a 39,6% dos procedimentos contratados”, diz em nota.
por João Paulo Schneider
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