Um novo estudo divulgado pelo Comitê Científico do Nordeste, por meio do Grupo de Modelagem Matemática Estocástica, apontou que a situação da pandemia do novo coronavírus em Sergipe é de estabilidade, porém com um recente aumento de casos.
Segundo o estudo – cujas situações e projeções foram avaliadas no último dia 14 de novembro – no começo de outubro o número de reprodução atingiu valores altos, mas em novembro voltou apresentar valores abaixo de 1, indicando decrescimento recente de casos ativos e de transmissão no Estado.
Em relação aos óbitos, os dados apontaram que o pico já ocorreu e que e há uma tendência de estabilidade de mortes diárias para as próximas semanas. Também foi analisada a interiorização dos casos. Segundo os dados, houve uma queda e um bom controle da interiorização de casos, mas ligeira oscilação no número de casos diários na capital.
Embora os números indiquem uma estabilização em Sergipe e alguns estados do Nordeste, o Comitê alerta que o cenário merece especial atenção dos governos estaduais, porque estar estabilizado não é uma situação ideal. “Na realidade, a estabilidade não deixa de ser preocupante, pois, se por um lado ela mostra que os indicadores epidemiológicos não estão piorando, o que é positivo, também revela que a tendência de queda não continuou, e o quadro pode ser revertido a curto prazo, principalmente com o aumento do número de aglomerações no período eleitoral e, em breve, pelas festas de final de ano”.
“Estabilidade também significa que a pandemia continua fazendo vítimas de forma praticamente constante, isto é, não há decaimento do número de óbitos. Da mesma forma, não existe aumento significativo no número de infectados. Assim, uma mudança de cenário pode acontecer rapidamente, dependendo do comportamento da população e das medidas de relaxamento do isolamento por parte de governantes, que têm receio de decretar medidas de isolamento que se tornaram impopulares em vários setores da sociedade”, completa.
Queda no número de óbitos
O Comitê também citou fatores que podem ter contribuído para a queda no número de óbitos. São eles: maior conhecimento do comportamento da Covid-19 pelo sistema médico-hospitalar; maior disponibilidade de leitos hospitalares; redução do número de pessoas susceptíveis ao vírus, pois um grande número de pessoas altamente susceptíveis já contraiu a Covid-19, sendo que muitas faleceram ou ficaram teoricamente imunes; maior disponibilidade de testes eficientes para identificação da Covid-19, fazendo com que a pessoa, tendo confirmada a doença, comece o tratamento imediatamente; e o uso de máscaras com maior frequência.
Segunda onda
O Comitê destacou que a segunda onda em vários países é uma realidade e que o Brasil já apresenta uma tendência de crescimento exponencial, que poderá se transformar em uma segunda onda da Covid-19 caso medidas preventivas não sejam adotadas.
“A situação da pandemia no Brasil nas próximas semanas e meses dependerá em muito da conscientização da população, da retomada de medidas preventivas e, principalmente, da atitude dos governantes, que detêm o poder para tomar as medidas que se fizerem necessárias para debelar a ocorrência de uma segunda onda da Covid-19”.
Por Verlane Estácio
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