Covid: mais transmissível, BQ.1 tem sintomas semelhantes às viroses

(Foto: Freepik)

Com o surgimento da BQ.1, nova variante da Covid-19, em alguns países do mundo, incluindo o Brasil, os órgão de saúde voltaram a ficar em alerta. Derivada da Ômicron, a variante é muito mais infectável e tem sintomas facilmente confundidos com as viroses comuns e, por isso, pode provocar uma nova onda de casos aqui em Sergipe.  

Lysandro Borges, coordenador da Força-Tarefa Covid-19 da UFS e professor do Departamento de Farmácia, explica que a BQ.1 é derivada da BA.5, que também é uma subvariante da Ômicron. Ela surgiu na Europa e nos Estados Unidos, entre os dias 16 e 18 de outubro, e já foi detectada em 69 países. “A variante BQ.1, que tem mutações superiores a BA.5, apresenta maior transmissibilidade e muito mais escape vacinal por causa de uma mutação específica na proteína spike, o que dificulta o reconhecimento do vírus pelo sistema imunológico”, afirma. 

De acordo com o professor, apesar de a BQ.1 ter um escape maior da proteção vacinal, as pessoas que possuem todo o esquema vacinal completo, caso venha a ser acometida pelo vírus, apresentarão apenas sintomas leves a moderados.  “É uma variante mais transmissível, que escapa dos anticorpos vacinais e pode levar à morte de indivíduos sem vacinação ou com o esquema vacinal incompleto. O risco também é alto para pessoas vulneráveis, como idosos e crianças que ainda não se vacinaram; pessoas com comorbidades, diabetes descompensada, hipertensão descompensada; paciente em tratamento de quimioterapia e pacientes nefrológicos”, enumera.

Sintomas

O professor Lysandro Borges revela ainda que os sintomas são caraterísticos de virosed, mas possuem algumas particularidades. “Além do indivíduo apresentar coriza, garganta inflamada, garganta irritada, perda da voz ou rouquidão, ele também pode apresentar febre, calafrio, cansaço,  mal-estar geral e dores musculares características de uma virose. A dor de cabeça também acontece em alguns casos. Já a perda do olfato e paladar é rara, mas alguns pacientes ainda continuam apresentando”, detalha.

As medidas de prevenção à nova subvariante são aquelas já conhecidas desde o início da pandemia. ” É preciso manter o uso de máscaras de boa qualidade, evitar aglomerações e o contato com sintomáticos e utilizar o álcool gel. A vacina no braço, ou seja, a quarta dose é fundamental para esse momento em Sergipe”, explica o professor Lysandro.

Cenário em Sergipe

Lysandro destaca que Sergipe vive uma nova onda da Covid-19, uma vez que a quantidade de pessoas com sintomas gripais aumentou bastante. “Já estamos em uma onda silenciosa, conforme nós tínhamos projetado há quatro meses atrás. A previsão era para o início de dezembro, mas essa onda chegou mais cedo”, conta.

Para o especialista, embora a presença da BQ.1 não esteja confirmada em Sergipe, o número de casos da covid-19, pode ter relação com essa nova subvariante. “Ela ainda não foi detectada no sistema do Lacen porque a taxa de testagem está muito baixa. No entanto, nós temos uma quantidade de teste inferior à quantidade de pessoas sintomáticas e também eventos gatilhos, como por exemplo, as Eleições, o Pré-Caju, Copa do Mundo, a Odonto Fantasy, festas de Natal e Ano Novo e Carnaval. Diante disso, a tendência é que os casos continuem aumentando”, finaliza.

 

Por Luana Maria e Verlane Estácio

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