Cremese faz interdição ética em hospital de Lagarto

Diretores do Cremese explicam interdição ética (Fotos: Portal Infonet)

O Conselho Regional de Medicina (Cremese) decretou ato de interdição ética no Hospital Regional de Lagarto, que obriga a atuação do anestesista de plantão no setor de emergência cirúrgica e proíbe o mesmo profissional a atuar em cirurgias eletivas naquela unidade de saúde.

Conforme explicou o presidente em exercício do Cremese, Roberto César Pereira do Prado, a medida é decorrente de decisão da direção do hospital que, atendendo orientação da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), suspendeu o atendimento na emergência cirúrgica para priorizar as cirurgias eletivas como forma de solucionar o crônico problema das cirurgias ortopédicas, que vem sendo alvo de ações judiciais movidas pelo Ministério Público Estadual.

Segundo o presidente em exercício, o atendimento no setor de emergência cirúrgica do Hospital Regional de Lagarto foi suspenso no dia 10 deste mês devido ao reduzido do número de anestesistas que atua na unidade. Na escala de plantão, há apenas um anestesiologista, impedindo que o profissional atue nas duas frentes: emergência cirúrgica e na realização de cirurgias eletivas.

Roberto Pereira: interdição para quando regularizar escala

O corregedor do Cremese, José Rivaldo Santos, explica que, com o fechamento da emergência cirúrgica, os pacientes que chegavam à unidade estavam sendo transferidos para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse), contribuindo para aumentar os problemas provocados pela superlotação.

No início da tarde desta sexta-feira, 18, diretores do Cremese concederam entrevista coletiva para explicar as decisões da entidade. Segundo os diretores, o Cremese agiu atendendo denúncias dos anestesiologistas que não concordam com a medida.

Em nota encaminhada ao Portal Infonet, a Fundação Hospitalar de Saúde garante que “que todos os pontos citados pelo Conselho Regional de Medicina já foram adequados”. Na nota, a Fundação diz que enviará comunicado oficial ao conselho na próxima segunda-feira e que está aguardando a desinterdição”.

O presidente em exercício do Cremese diz que a FHS possui duas alternativas: ou contratar anestesiologistas de forma a compor escala com dois plantonistas ou distribuir os pacientes com cirurgias eletivas marcadas para outras unidades. Segundo os dirigentes, a interdição ética será desfeita quando o problema da escala for solucionado.

Por Cássia Santana

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