Núcleo foi recepcionado por presidente da FHS (Fotos: Portal Infonet) |
A Defensoria Pública do Estado realizou na tarde desta sexta-feira, 2, uma vistoria nas dependências do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). Os defensores do Núcleo da Saúde chegaram ao hospital por volta das 15h; a revista terminou antes das 17h30.
O procedimento foi marcado ainda nesta sexta – mas é decorrente de um convite feito pelo próprio secretário de Estado da Saúde, Antonio Carlos Guimarães, há cerca de 20 dias. Na ocasião, a defensora Emília Correa e o secretário debatiam a situação do Huse em um programa de rádio do município de Nossa Senhora da Glória.
Além de Emília, compareceram ao hospital os defensores Flávio Santana, Anderson Clei, Murilo Souza e Carolina D’Ávila, bem como a psicóloga da Defensoria Syrlene Besouchet. A equipe foi recepcionada pelo presidente da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), Emanuel Messias, e acompanhada pelo superintendente do Huse, Francisco Claro, pela diretora técnica Lícia Diniz, e pelo diretor operacional da FHS, Edvaldo Santos.
Imprensa de fora
Emília Correa conversa com Francisco Claro |
A visita se iniciou pelo setor de atendimento do hospital, onde diversas pessoas fizeram apelos aos defensores. “Estamos sofrendo demais”, contou a paciente Cristina dos Santos, encaminhada de uma unidade de saúde de São Cristóvão que diz ter chegado ao Huse ao meio-dia – eram aproximadamente 15h30. “Da hora que a gente chegou aqui já era para termos sido atendidos”, reclamou.
Em seguida, os defensores foram levados até a Ala Azul do acolhimento, onde a entrada da imprensa não foi permitida. Do lado de fora, entretanto, a defensora Emília Correa conversou com o Portal Infonet antes da vistoria e relatou que o que trazia o órgão ali eram as denúncias feitas pela população.
“São pessoas que precisam de cirurgias e saem sem serem operadas, [são] encaminhadas para suas casas aguardando uma data, sendo que a data não é determinada quando eles vão”, comentou Correa, afirmando que a Defensoria teve acesso a documentos e prontuários de pacientes. “Nós não estamos à toa aqui. Também tivemos notícias daquele surto de meningite, e há falta de materiais – coisas simples, até mesmo como algodão, máscaras que estão sendo reutilizadas”, declarou a defensora.
Pontos críticos
Depois de passar rapidamente pela urgência, o Núcleo de Saúde inspecionou ainda o pronto-socorro infantil, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, e setores de enfermaria e tomografia. “O hospital é grande e o núcleo queria ter uma noção. Nos levaram para setores que são bons no sentido de não ter os problemas que a gente recebe, que nascem na urgência e na emergência. Nos mostraram a parte boa, que tem equipamentos de primeiro mundo”, expôs Emília Correa ao final da visita.
Segundo ela, uma nova visita será marcada para que a análise do órgão seja direcionada às áreas que são alvos de denúncias. “A gente veio nessa visita técnica de reconhecimento da área e depois vamos aos focos do problema, que são as questões da urgência, da emergência, dos leitos. A gente viu, mas vimos superficialmente”, disse.
Para Francisco Claro, a vistoria transcorreu de forma positiva. “Pelo que me consta, foi tudo bem. Ela [a Defensoria] veio conhecer os pontos críticos, a nossa realidade”, afirmou. O superintendente do Huse comentou acreditar que o órgão pode servir de parceiro do hospital. “É um papel importante da Defensoria estar junto da administração para construir algo em prol da população”, expôs Francisco Claro.
Questionado sobre algumas das reclamações levantadas, Claro declarou que algumas delas não teriam base de sustentação. “A gente procurou demonstrar que algumas denúncias eram infundadas, como tem denúncias reais. Mas, em específico, a da meningite era a que menos tinha consistência”, comentou. Segundo o superintendente, a falta de materiais básicos de ambulatório foi um problema pontual que já teria sido resolvido.
Em nota enviada ao Portal Infonet, a FHS comunicou que o Núcleo de Saúde da Defensoria fez o percurso pelo qual passam geralmente os pacientes do Huse, iniciado no pronto-socorro. Os integrantes do grupo teriam passado por áreas como o setor cirúrgico, a a UTI e a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ). A ala de oncologia não teia sido visitada por falta de tempo da comissão. A assessoria de imprensa da Fundação Hospitalar ressaltou que o Huse cumpriu a demanda da defensora Emília de lhe dar acesso às condições de um paciente específico da Unidade Intensiva de Pacientes Críticos (UIPC), que segundo a FHS, recebe "ótimo tratamento e atenção".
Ainda de acordo com a nota, o hospital disponibilizou a entrada dos defensores em todas as suas dependências. "Se mais não foi visitado foi em função da própria equipe do Núcleo de Saúde da Defensoria Pública informar que iria suspender a visita, porque eles não dispunham de mais tempo", atentou o comunicado. A FHS ainda declarou que tanto a diretoria da Fundação Hospitalar de Saúde como a doHospital de Urgências de Sergipe está à disposição "para receber todas e qualquer entidade representativa da sociedade ou de controle".
*A matéria foi alterada às 18h20 do dia 03/03/2012 para que fossem acrescentadas as declarações da FHS.
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