Dermatologista orienta sobre esmaltação em gel após novas regras da Anvisa

Dermatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Sergipe, Thâmara Morita, orienta sobre pausas entre aplicações, proteção UV e sinais de sensibilidade

Dra. Thâmara Morita é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Sergipe (Foto: arquivo pessoal)

A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) reforçou orientações sobre a esmaltação em gel depois que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu o uso de duas substâncias em produtos da categoria, o DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina ou DMTA) e o TPO (Óxido de difenil 2,4,6-trimetilbenzol fosfina). A medida, de caráter preventivo, não representa um risco iminente à população e nem impede o procedimento estético, apenas determina que essas substâncias sejam retiradas das formulações e substituídas por alternativas seguras e regularizadas.

De acordo com a dermatologista Thâmara Morita, que é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Sergipe, o momento não é de alarme, mas de informação. “Não é preciso pânico. A esmaltação em gel segue como um procedimento permitido e amplamente utilizado. A decisão da Anvisa é regulatória e preventiva, para garantir ainda mais segurança. O recado mais importante é que, com os cuidados adequados, o uso continua sendo compatível com a rotina de quem gosta da técnica”, explica.

(Foto: Freepik)

Entre os hábitos que merecem atenção, Thâmara reforça a importância de intervalos entre as aplicações. “É muito importante fazer pausas entre as esmaltações para hidratar as unhas, o que pode ser feito com o mesmo hidratante usado nas mãos. Também é essencial observar se há descolamento, mudança de cor, ondulações ou variações na espessura, pois esses sinais podem indicar fragilidade ou dano”, explica.

Outro ponto destacado pela especialista é a exposição à luz das cabines UV e LED, usadas para a secagem do gel. “O uso de protetor solar no dorso das mãos é um cuidado simples e que faz diferença, porque a radiação pode contribuir para o surgimento de manchinhas e acelerar o envelhecimento da pele das mãos”, diz.

Cuidados essenciais

Embora a atenção aos cuidados seja fundamental para as clientes, para as profissionais o nível de vigilância precisa ser ainda maior, considerando a exposição ocupacional contínua. O contato diário com poeiras, resíduos e compostos químicos pode desencadear sensibilização cutânea, alergias e quadros respiratórios. “A exposição diária a poeiras, compostos químicos e resíduos suspensos no ar pode desencadear alergias ocupacionais, sensibilidade cutânea e até complicações respiratórias. Por isso, a proteção no ambiente de trabalho não é uma escolha, é uma necessidade”, reforça.

Entre as medidas consideradas indispensáveis estão a utilização de luvas de nitrila, mais resistentes a agentes químicos do que as de látex, além de máscara adequada, ventilação no ambiente e, sempre que possível, óculos de proteção, reduzindo a inalação e o contato direto com partículas.

Para as usuárias, a segurança começa na escolha dos produtos. A recomendação é verificar se há registro na Anvisa, checar a embalagem e evitar itens com DMPT/DMTA ou TPO. Também é importante priorizar profissionais qualificados e ambientes que sigam protocolos sanitários. “A saúde nunca deve ficar em segundo plano. É essencial buscar atendimento responsável e respeitar o tempo de recuperação das unhas”, diz.

A dermatologista ressalta, ainda, que reações alérgicas podem surgir mesmo sem as substâncias proibidas, devido a resinas acrílicas e outros ativos sensibilizantes. Sintomas como coceira, vermelhidão, descamação, ardência, dor e inchaço ao redor das unhas merecem atenção. “Ao notar qualquer sinal, a orientação é suspender imediatamente o uso e buscar avaliação médica. Uma reação pode começar discreta e evoluir rapidamente se a exposição persistir”, alerta.

Ao final, a especialista reforça que a esmaltação em gel não deve ser necessariamente abandonada, desde que aplicada com responsabilidade e informação. “O cuidado não pode se limitar à aparência. Observar sinais, respeitar intervalos e adotar proteção adequada faz toda a diferença, tanto para quem aplica quanto para quem usa”, finaliza.

Sobre Thâmara Morita

Thâmara Morita formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Sergipe e concluiu residência em Dermatologia na Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais. Ela possui título de especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, doutorado pela Universidade de São Paulo e atua como professora de Dermatologia na Universidade Tiradentes em Aracaju. Com mais de 15 anos de experiência, dedica-se ao tratamento de doenças de pele, cabelos e unhas, participa de congressos e contribui com publicações científicas especializadas. Atualmente é presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Sergipe.

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Sergipe

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