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Mal de Parkinson atinge normalmente os idosos (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
No dia 11 de abril, é comemorado o Dia do Mal de Parkinson, doença que afeta o sistema neurológico e atinge, principalmente, pessoas que estão na terceira idade. Apesar de não ter cura, é possível conviver com a doença, e médicos recomendam que o tratamento seja feito de forma interdisciplinar, de modo a unir diversos profissionais com o mesmo objetivo: garantir que o paciente de Parkinson possa ser autônomo, independente e ativo.
Em Aracaju, existe a clínica Espaço Ativo, de geriatria integrada, voltada especialmente ao público da terceira idade. A médica Juliana Santana Pereira é geriatra e fala que, em sua profissão, o objetivo é proporcionar ao paciente idoso, um envelhecimento saudável. “Nosso objetivo é manter e resgatar a autonomia e independência dos indivíduos, já que isso na terceira idade é um indicador de saúde”, explicou a doutora.
Para que o portador de Parkinson tenha o tratamento de saúde adequado, médicos recomendam que seja feito trabalho interdisciplinar, envolvendo profissionais de diversas áreas. Na Espaço Ativo, a equipe é composta por geriatras, fisiatra, fisioterapeutas e enfermeiros.
A geriatra Juliana fala que o Mal de Parkinson é uma doença sistêmica, que atinge vários órgãos e sistemas do ser humano, e não apenas a parte motora. “São lesões que têm no sistema nervoso central, com a redução da dopamina”, explicou a especialista.
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A doutora Márcia Matos é especialista em fisiatria, única em Aracaju |
Fisiatria
A doutora Márcia Matos é especialista em fisiatria, única em Aracaju com essa especialidade. O fisiatra trabalha com a forma como a doença está influenciando na vida da pessoa. O fisiatra atua juntamente com o especialista e ambos trabalham tentando minimizar o impacto na qualidade de vida do paciente.
“Nós trabalhamos com a reabilitação. Em quais pontos precisamos atuar com mais intensidade? Quais são os comemorativos da doença que estão debilitando o paciente? E aí nós entramos para tentar reverter isso”, disse a doutora Márcia.
A fisiatra explica que a doença de Parkinson é global e interfere em todas as funções. “Em alguns sistemas do corpo, ela avança mais rápido ou com mais impacto. Se o paciente usa muito tal função, acaba dando mais impacto. O Parkinson é diferente em cada paciente a depender do contexto de cada paciente. E o fisiatra vê o impacto da doença em cada individuo”, disse.
Sinais e tratamento
A médica Juliana fala que os primeiros sinais do Parkinson é a lentificação e a rigidez do indivíduo. Além do tremor em repouso, que também pode acontecer, e a dificuldade de equilíbrio. “É uma doença degenerativa e com tendência a piorar. Pode haver tontura, perda de consciência, problemas de pele. Justamente por ela ser uma doença que atinge outros órgãos”, completou.
Pelo fato de integrar tantas partes do corpo humano, a médica acredita que a abordagem em equipe ao portador de Parkinson é a melhor opção de tratamento. “Precisa muito de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiólogo (pode haver distúrbio de deglutição), psicólogo. A abordagem deve ser interdisciplinar”, disse a doutora.
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Para a doutora Juliana, a presença da família é fundamental no tratamento |
Autonomia e independência
A geriatra Juliana explica que, por se tratar de uma doença evolutiva, a ideia é que se minimize essa evolução. “Precisamos manter aquele paciente o máximo possível ativo, independente e autônomo. Quanto mais parado o paciente fica, mais rápido a doença evolui. Quando começa o tratamento no início, é possível melhorar as funções e diminuir a velocidade da evolução da doença”, esclareceu.
Participação da família
Para a doutora Juliana, é importante que o paciente de Parkinson entenda o processo pelo qual está passando e que, nesse momento, a família faz toda a diferença. “Fazer com que o paciente possa conviver com a patologia e buscar sempre a sua independência, que é viável. E em qualquer patologia de doença crônica degenerativa, o papel da família é fundamental”, disse a médica.
Muitas vezes, as famílias dos pacientes de Parkinson escolhem o método errado para lidar com o enfermo. “O familiar tem muitas vezes a postura de proteção ‘Não faça isso, deixa que eu faço’. Não é o que a gente aconselha. A gente aconselha que falem ‘vamos, você consegue’. Justamente para ele melhorar as funções dele, para ele estar incluso social e evite se isolar”, concluiu.
Por Helena Sader
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