Em Sergipe, médicos criticam contração de estrangeiros

Petrônio Gomes "Classe médica não concorda com médida" (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A contratação de médicos estrangeiros para atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), uma das medidas anunciadas pela presidente Dilma no último dia 24 de junho, não agradou a classe médica em Sergipe. Embora não sejam contra a contratação, os médicos sergipanos questionam se os profissionais estrangeiros serão avaliados pelas normas brasileiras e se os mesmos receberão subsídios para trabalhar. No próximo dia 3 de julho, os médicos de todo o país farão uma paralisação simultânea.

O secretário adjunto municipal de Saúde e presidente da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), Petrônio Gomes, voltou a criticar a possibilidade da contratação de médicos estrangeiros. ”Nós não aceitamos a vinda desses médicos sem que eles façam uma reavaliação do diploma como já é feito normalmente. Este médico que vai trabalhar estritamente no interior, vai encontrar as piores condições de trabalho”, disse.

Questionado sobre o possível incentivo para que os médicos escolham trabalhar nas regiões que mais precisam do serviço, Petrônio foi enfático ao afirmar que o maior incentivo para a classe médica são melhorias nas estruturas dos hospitais e unidades de saúde. “O médico não trabalha sozinho, precisa de laboratório, enfermeiros, postos de saúde bem equipados, fisioterapeutas, dentre outros itens. Precisamos de subsídios mínimos para que possamos trabalhar. Não estamos querendo hospitais em municípios, mas pelo menos, um local que nos dê condição de realizar pequenos procedimentos, como aplicar uma injeção, por exemplo”, concluiu.

Para Petrônio, os médicos estrangeiros irão encontrar no Brasil o quadro de calamidade no serviço médico. “Esses médicos quando virem para o Brasil irão se decepcionar com o que é oferecido aqui para se trabalhar, porque em Cuba, por exemplo, as condições são boas, e isso eles não irão encontrar essa estrutura aqui. O Brasil é um país continental, precisa também de uma logística de locomoção. Uma possibilidade seria os médicos do Exército Brasileiro que trabalham com pouca demanda. Eles poderiam auxiliar no atendimento médico da população”, sugeriu.

Mobilização

No próximo dia 3 de julho, médicos de todo o país realizarão o Dia Nacional de Mobilização contra a importação de médicos ormados ora do Brasil sem a revalidação do diploma. Esta é uma das ações anunciadas na última quarta-feira (26), durante assembleia realizada em São Paulo (SP) e que reuniu cerca de 200 lideranças médicas de todo o país.

Durante o encontro, que contou com membros das Entidades Médicas (Conselho Federal de Medicina (CFM), Conselhos Regionais, Federação Nacional dos Médicos (FENAM) e Associação Médica Brasileira (AMB), foi elaborada uma Carta Aberta aos médicos e à população brasileira, que explica: “a reação das entidades médicas simboliza a resistência dos profissionais e dos cidadãos ao estado de total abandono que afeta a rede pública”.

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