Elianaã lamenta atraso da vacina da filhinha (Fotos: Portal Infonet) |
Continua a greve dos enfermeiros em Aracaju. A greve foi deflagrada no dia 19 de março e tem como maior reivindicação melhoria das condições de trabalho, isonomia para concessão de benefícios e participação na discussão do estatuto dos servidores municipais. Na terça-feira, 10, está agendada uma reunião entre representantes do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de Sergipe e o secretário Jefferson Passos, de Finanças do Município de Aracaju.
Na mesma terça, à tarde, os enfermeiros se reunirão em assembleia geral para avaliar os entendimentos que forem firmados na reunião com o secretário. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros, Flávia Brasileiro, diz que o fim do movimento grevista está associado às propostas que forem encaminhadas pela Prefeitura de Aracaju.
De acordo com avaliação do sindicato, a greve conta com a adesão de 92,7% da categoria, sendo assegurado o atendimento mínimo, conforme previsto na legislação que trata sobre o direito de greve nos serviços públicos. A presidente do Sindicato dos Enfermeiros informa que estão em funcionamento integral seis unidades básicas de saúde, as escalas de urgência dos hospitais Nestor Piva (Zona Norte) e Fernando Franco (Zona Sul), a rede de atenção psicossocial e ambulatório.
Mesmo assim, a greve está afetando muito o atendimento nas unidades de saúde. Com número limitado de enfermeiros, há superlotação nos postos. Em muitos, há visível ausência do profissional e as crianças em situação de vacinação são as mais prejudicadas. “Vim aplicar a vacina de um ano, mas não tive condições porque não tem nenhum enfermeiro aqui no posto”, revela a dona de casa Elianaã Teles dos Santos, numa referência à filhinha.
Com greve, postos ficam superlotados |
No cartão de vacina indica a obrigatoriedade para aplicar a vacina de referência no momento que a criança completasse um ano e uma outra dose quando a criança alcançar a idade de um ano e três meses. A filhinha de Elianaã completou um ano na sexta-feira passada, dia 6. “Não sei como vai ser. O cartão de vacina vai ficar todo atrasado”, lamenta. Ela revela que, no posto, a informação é que a vacina só pode ser aplicada sob orientação da equipe de enfermagem.
A também dona de casa Vanúzia Vitorino buscou os serviços médicos do posto de saúde do bairro onde mora para ser medicada. Mas acabou aguardando horas na fila devido à superlotação. “Aqui as dificuldades são muitas, seja com ou sem greve”, diz. Vanúzia chegou ao posto de saúde por volta das 5h da manhã desta segunda-feira, 9, e só foi atendida por volta das 9h30. “Aqui não tem enfermeiro e aí o atendimento demorou mais ainda”, ressaltou.
PMA
Em nota enviada ao Portal Infonet pela Secretaria Municipal de Comunicação (Secom), o secretário municipal de finanças, Jefferson Passos, informa que os enfermeiros já foram ouvidos pela Prefeitura de Aracaju por meio da mesa de negociações instituída pelo prefeito Edvaldo Nogueira.
Na nota, o secretário lamenta que a categoria tenha optado pela greve apesar de transcorrer as negociações com a categoria e garante que projeto de reajuste salarial já foi encaminhado para apreciação da Câmara Municipal de Vereadores.
Leia, abaixo, a íntegra da nota encaminhada pelo secretário Jefferson Passos:
“A categoria dos enfermeiros foi ouvida pela mesa de negociações, assim como os demais sindicatos, participando do diálogo transparente promovido pela Prefeitura de Aracaju. Embora tenham aceitado algumas propostas do poder municipal, e após a Prefeitura assegurar a contribuição da classe na elaboração do novo estatuto da categoria, o sindicato optou pela greve quando ainda estavam sendo realizadas negociações. A Prefeitura encaminhou o projeto do reajuste ontem para ser votado pela Câmara de Vereadores, e espera que a categoria retome suas atividades em breve.”
Por Cássia Santana
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