Equipes de saúde do Bugio atendem acima da capacidade

O Posto de Saúde recebeu a vistoria nesta quinta-feira, 10 (Fotos: Portal Infonet)

A situação da Unidade de Saúde da Família, Lauro Dantas Hora, localizada no bairro Bugio, será debatida em uma nova audiência pública com representantes do Ministério Público Estadual (MPE) e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O local recebeu nesta quinta-feira, 10, a visita do promotor da Saúde, Nilzir Soares, que constatou que as equipes de Saúde da Família da região possuem um déficit no número de médicos e agentes de saúde, e atendem a uma demanda maior do que está preconizado pelo Ministério da Saúde. Também foi constatado que no local faltam remédios e há problemas na marcação de exames.

De acordo com o promotor Nilzir Soares, a área atendida pelo posto é extensa e possui uma população, que do ponto de vista social, é altamente vulnerável e dependente do Sistema Único de Saúde (SUS), o que acaba gerando uma demanda maior da unidade.

Promotor da Saúde, Nilzir Soares

“O mais urgente aqui é falta de médicos e o fato de que as equipes atuam acima da sua capacidade. Foi detectado e exposto que as equipes de Saúde da Família estão atendendo a um número maior do que é preconizado pelo MS, estabelecido em quatro mil por equipe. Temos equipes aqui atendendo a 6500 pessoas. Os funcionários foram unânimes em afirmar que seriam necessários pelo menos oito equipes para que houvesse a assistência. Só existem seis na região e deste total, pelo menos três estão desfalcadas de médicos e agentes de saúde”, detalha o promotor.

Para o promotor, a resolução definitiva do problema passa pela construção de um novo posto de saúde na região e pelo remapeamento das áreas, além do credenciamento de novas equipes. “Claro que essas medidas levam tempo para ser tomadas. Mas o importante é que a gente tenha da secretaria pelo menos um cronograma para que a gente possa acompanhar e discutir o quão razoáveis serão os prazos propostos”, explica.

Margarida Melo mostra a receita médica

Falta de atendimento

A vistoria no local chamou a atenção dos pacientes que estavam ansiosos por uma solução. É o caso da aposentada, Margarida Melo, de 69 anos, moradora do Jardim Centenário, que luta em busca de remédios e marcação de consultas. “Tenho receitas de 2013 e exames prontos, mas não consigo médico para ler. Chegamos aqui às 4h, faça sol ou chuva, e a depender da ficha, esperamos até 11h e não somos chamados”, reclama.

Vistoria

Pacientes esperam por pelo promotor Segundo os pacientes, a falta de médicos na unidade é constante

A visita à unidade de saúde ocorreu após solicitação de representantes da Associação dos Moradores do bairro Bugio durante reunião com representantes do MPE. No local, houve além da inspeção, uma reunião com representantes da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e profissionais que atuam na região.  O órgão irá realizar uma nova audiência para debater os pontos mais relevantes e cobrar da secretaria qie aponte um cronograma de medidas efetivas e práticas para melhorar a situação da unidade.

SMS

A assessoria de comunicação da SMS informou que nas unidades básicas de saúde abrigam somente algumas especialidades, a exemplo de clínico geral, pediatra e obstetra, e não várias especialidades, conforme as pessoas pensam. Ainda de acordo com a assessoria, das 43 unidades, 40 oferecem atendimento odontógico.

A assessoria explica que ainda que, por ventura, um médico entra de férias, e isso pode gerar um déficit na equipe, já que o médicos de outras unidades só atendem em casos de extrema necessidade.

Sobre a falta de remédios, a assessoria explica que desde outubro de 2013, ocorre um problema com os fornecedores e com as licitações que apesar de feitas, tme uma burocaria que envolve um prazo de 90 dias para a entrega dos medicamentos. Com relação à marcação de exames, a informação é de que o sistema passa por mudanças, mas ainda não houve a ampliação da oferta.

Por Verlane Estácio