Estado contabiliza de janeiro a outubro nove óbitos por calazar

Diretora de Vigilância Epidemiológica da SES, Mércia Feitosa, faz um alerta aos municípios (Foto: SES)

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), através da Diretoria de Vigilância em Saúde, solicita que os 75 municípios sergipanos intensifiquem suas ações de prevenção e combate ao Calazar, também conhecida como Leishmaniose visceral, considerada uma das doenças parasitárias que mais mata no mundo. Sergipe é considerado um estado endêmico e inspira constante vigilância. Em 2017, foram registrados 74 casos confirmados da doença, com nove óbitos. Já em 2018, de janeiro a outubro, são 55 casos confirmados e nove óbitos. A média é de cinco casos por mês.

A diretora da Vigilância em Saúde da SES, Mércia Feitosa, informa que é papel do Estado monitorar as ações dos municípios, orientar, articular com o laboratório central, promover capacitações dos profissionais e a dispensação dos insumos necessários para a rede hospitalar para tratamento dos casos. Informa, ainda, que alguns municípios possuem um Programa de Controle da Leishmaniose visceral, por meio do qual desenvolvem suas ações.

“Quando existe um caso humano confirmado, as ações têm que ser disparadas e devem ser articuladas. A parte entomológica que é o controle do vetor, a parte de pesquisa de novos casos humanos com os mesmos sintomas, que é a busca ativa, a parte do animal, saber se existem animais adoecidos, fazer o exame desses animais, além da parte educativa da população, porque o ambiente tem que ser avaliado como um todo”, diz Mércia.

A capacitação dos profissionais da saúde é muito importante para que eles tenham condições de detectar precocemente a Leishmania e todos os anos a SES realiza a ação de Educação Permanente com os profissionais da Atenção Primária, com treinamentos para médicos e enfermeiros. “Eles precisam ter esse olhar sensível para um paciente que chega dentro de uma clínica, analisar o que o paciente relata, pensar na possibilidade de ser Leishmaniose. Para isso, precisam conhecer se o município é endêmico ou não, se existe a manifestação intensa ou esporádica da doença, e como a gente sabe disso? Em cima do número das ocorrências de casos humanos”, informa Mércia.

Segundo a diretora, há três municípios que são potenciais: Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, onde casos são registrados anualmente. “Nesses municípios, a transmissão é intensa, então todas as ações têm de ser continuadas pois essa doença tem potencial de letalidade, 90% dos casos podem ir a óbito. A premissa para o programa da Leishmania é: diagnóstico precoce e tratamento oportuno. Com isso podemos reduzir os óbitos e, para esse controle, é preciso estar sempre monitorando”, conclui Feitosa.

A Doença

 A Leishmaniose visceral ou Calazar é uma doença causada pelo protozoário da família Trypanosomatidae e pertencente ao gênero Leishmania. A transmissão da doença é através da picada de insetos hematófagos, aqueles se alimentam de sangue, do gênero Lutzomya e Phlebotomus. Este tipo de Leishmaniose é considerada a mais grave e se não for tratada, chega a ser fatal em mais de 90% dos casos.

Contágio e Sintomas

O parasita migra para os órgãos viscerais do hospedeiro atingindo o fígado, baço e medula óssea, causando sintomas graves, que podem levar à morte. O indivíduo pode apresentar febre, perda de peso, fraqueza, aumento do baço e do fígado, nódulos linfáticos inchados, anemia, problemas renais, alterações pulmonares, tosse seca, descamação da pele e queda dos cabelos. O período de incubação da doença é muito variável: entre dez dias a 24 meses.

Diagnóstico e Tratamento

O diagnóstico é realizado combinando os signos clínicos com os testes serológicos e parasitológicos.

O calazar é uma doença tratável e curável. Todos os pacientes diagnosticados precisam de tratamento rápido e completo, e aqueles que são curados quase sempre desenvolvem imunidade vitalícia.

Prevenção

 Proteção individual, com utilização de repelentes, utilização de mosquiteiros, telagem das janelas, uso de inseticidas; construção de casas a uma distância de 500 metros da mata, eliminação dos reservatórios, tratamento.

Fonte: SES

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