FHS promete chamamento público para cirurgiões

Sala de audiência ficou lotada (Fotos: Portal Infonet)

Cirurgiões pediátricos do Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) que pediram demissões participaram de audiência na manhã desta quinta-feira, 16, no Ministério Público Estadual sobre a crise que vem se agravando. No encontro, não faltaram reclamações por parte dos médicos e do coordenador clínico, Marcos Rogério Kroger. Ficou definido prazo de cinco dias para que representantes da Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) se reúnam com os médicos para ajustar a nova escala de emergência e 30 dias para um chamamento público visando a contratação de cirurgiões de outros estados.

“A crise na pediatria do Huse é uma tragédia anunciada. Desde 2011 que venho tentando uma solução para regularizar a escala, mas a Fundação Hospitalar não envidou esforços para resolver a situação. Já passei ao diretor técnico, Augusto César Esmeraldo, quatro números de cirurgiões-pediátricos que moram na Bahia e mostraram interesse de trabalhar na cidade da qualidade de vida tão propagada por muitos, mas até agora o chamamento público não foi feito e nossas crianças estão sendo maltratadas”, ressalta Marcos Kroger.

Marcos Kroger: "Tragédia anunciada"

Com apenas dois cirurgiões-pediatras [seriam necessários 14] trabalhando no Huse, já que antes eram sete, passou para seis e nos últimos dias, quatro pediram demissão, sendo que um já foi exonerado, quem vem dando suporte é a equipe de cirurgiões-gerais. “A equipe de cirurgia geral está no seu limite e já surgiu um movimento para demissão em massa de cirurgiões gerais”, teme.

“Trabalhei 19 anos no Huse, criei um vínculo. Não queria ter pedido demissão, mas a situação é insustentável. Tem que se fazer um chamamento público. É a única especialidade em que só fica um plantonista. À cada dia vejo o hospital se afundando mais”, lamenta o cirurgião-pediátrico Sebastião Xavier Júnior lembrando que o número de cirurgiões sempre foi reduzido no Huse, dificultando a formação de escala.

Cirurgia Geral

Sebastião Xavier: "Hospital se afunda à cada dia"

O médico Ivan Paixão (Referência Técnica em Cirurgia Geral] destacou que “as dificuldades do Huse são de conhecimento público, inclusive da própria Secretária de Saúde, Joélia Silva, que espalhou a situação nas redes sociais, instalado o Gabinete de Crise. Com a demissão dos cirurgiões-pediátricos, quem irá assumir são os cirurgiões gerais e fatalmente toda a assistência ficará sobrecarregada”.

A presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Glória Tereza Lopes afirmou que as entidades “externam preocupação de dessassistência e com relação às avaliações para realização das cirurgias- pediátricas pelo cirurgião geral [que possui sua demanda em sobrecarga], a demora pode significar a vida das crianças e adolescentes”.

FHS

Wagner Andrade se compromete a cumprir os prazos

A promotora Euza Missano propôs aos cirurgiões-pediatras presentes à audiência, que retornem ao trabalho com a garantia de que haverá o chamamento público e a melhoria na assistência às crianças e adolescentes.

O diretor operacional da Fundação Hospitalar de Saúde, Wagner Andrade, se comprometeu a disponibilizar uma sala no Centro Cirúrgico para realização das cirurgias pediátricas num prazo de 15 dias, com materiais e insumos necessários e a manter o abastecimento regular dos antibióticos.

“Num prazo de 30 dias, deveremos estar concluindo o chamamento público atingindo outros estados para buscar a contração dos médicos como forma de regularizar a escala, com necessidade real de 14 cirurgiões-pediátricos, sendo dois por plantão”, promete.

Retorno

Participantes da audiência mostraram preocupação com o problema

Os cirurgiões-pediátricos Sebastião Xavier Jr, Lúcio Menezes, Fábio Seiti Ubagai e Fabíola Pollachi informaram ter interesse em retornar ao trabalho no Huse, negociando carga horária para a formação da escala, até a completa regularização dos plantões, comprometendo-se a Fundação a se reunir com os profissionais para ajustar a nova escala de emergência.

“A reunião foi extremamente proveitosa, foram discutidas medidas emergenciais e tudo que foi definido aqui é para que não haja desassistência às crianças e adolescentes que chegam ao Huse e possam ser operadas com tranqüilidade”, complementa a promotora Euza Missano.

Uma nova audiência ficou marcada para o próximo dia 23 de janeiro a partir das 10h, na Promotoria de Saúde do MPE.

Por Aldaci de Souza

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