O inverno chegou e as doenças respiratórias geram maior preocupação nesta estação. A asma é uma delas, doença inflamatória crônica das vias aéreas ou brônquios, cuja prevalência elevada afeta entre 12% e 20% das populações infantil e adulta. Sendo os principais sintomas: falta de ar, sensação de aperto e chiado no peito, tosse, produção de secreção, dificuldade para fazer suas tarefas e/ou exercícios habituais.
Quando se fala em tratamento, as intervenções fisioterapêuticas destacam-se como tratamento não farmacológico e são coadjuvantes no tratamento. Para saber um pouco mais sobre a fisioterapia respiratória, que pode ser aliada no combate aos sintomas da asma e também pode auxiliar pacientes com outras doenças respiratórias, convidamos o professor do curso de fisioterapia da Faculdade São Luís de França, Igor Larchert.
Fisioterapia respiratória
De acordo com o profissional, a fisioterapia respiratória é parte integrante da prevenção e do tratamento de muitas doenças respiratórias. Para tanto, utiliza-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva, com o objetivo de estabelecer ou restabelecer um padrão respiratório funcional. “A meta é reduzir os gastos energéticos durante a respiração, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem promover transtornos e repercussões negativas em seu organismo”, explicou.
O trabalho do fisioterapeuta começa com uma avaliação funcional (anamnese e exame físico elaborado), assim que se estabelece um diagnóstico clínico pelo médico. O passo seguinte é elaborar um programa de fisioterapia para um paciente individual com base no diagnóstico fisioterapêutico chamado de cinético-funcional e no provável prognóstico para aquele doente.
Fisioterapia no tratamento da asma
Segundo Igor Larchert, as intervenções fisioterapêuticas visam alcançar o controle da doença, a limitação ao fluxo aéreo e os sintomas, além de reduzir o número de períodos de crise. “O tratamento fisioterapêutico é iniciado quando o indivíduo estiver com a medicação ajustada e em acompanhamento médico regular. Os objetivos específicos da fisioterapia são: reduzir o desconforto respiratório e a dispneia, melhorar a mecânica respiratória, fortalecer a muscular respiratória nos casos de fraqueza deste grupo muscular, promover o condicionamento cardiorrespiratório, realizar a higiene brônquica, quando necessária, e promover a reexpansão pulmonar nos casos pertinentes”, destacou.
Há evidências científicas de que os exercícios respiratórios aprimorem a função pulmonar, reduzam os sintomas juntamente com a medicação de resgate e melhorem a qualidade de vida. “Especificamente, os exercícios respiratórios com predomínio de inspirações lentas e profundas que promovam a redução na hiperventilação pulmonar, são estratégias eficientes e têm nível de evidência A no controle da asma em adultos”, afirmou.
Fortalecendo os pulmões
Estudos prévios investigaram os efeitos dos exercícios respiratórios, do treinamento muscular respiratório (TMR). Os resultados foram a diminuição da dispneia, o aumento da força muscular inspiratória e o aumento da capacidade funcional de exercício.
Alguns aspectos inerentes à doença podem contribuir com a redução da força dos músculos respiratórios, como a hiperinsuflação e a utilização de corticosteroides. Este quadro resulta na retificação do diafragma, e consequentemente, uma desvantagem na mecânica ventilatória. “O treinamento muscular respiratório é realizado com instrumentos que geram resistência à inspiração do paciente, sendo os mais utilizados o Threshold e o PowerBreath. Os benefícios do treinamento serão o aumento na força muscular e na espessura do músculo diafragma”, ressaltou.
O fisioterapeuta também destaca alguns cuidados que não podem ser esquecido e que acabam se tornando regras na vida do asmático, são eles: evitar o contato com gatilhos como poeiras, fumaças do cigarro, pelo de animais, mofo, pólens, poluentes no trabalho etc; usar diariamente a medicação controladora e consultar periodicamente o médico.
Por fim, é importante um alerta sobre a asma na pandemia, afinal, apesar de dados escassos, parece que os asmáticos graves têm piores desfechos incluído maior risco de óbito intra-hospitalar devido a COVID 19.
Fonte: Ascom/FSLF
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