Ofertar alimentos naturais, criar uma rotina alimentar e evitar produtos industrializados são pontos importantes para manter a alimentação saudável das crianças. De acordo com a nutricionista, Angie Marques, hábitos saudáveis não devem ser mantidos apenas em casa, ele deve ser extensivo ao lanche levado a escola. As frutas não devem faltar no cardápio alimentar das crianças.
A recusa por alimentos saudáveis e a preferência por alimentos industrializados, em especial os doces, é natural, explica a nutricionista, mas é preciso que os pais conversem com os filhos e mantenha uma conduta de hábitos saudáveis.
“Se está ofertando doce, a criança vai querer o doce, isso é muito fisiológico, as papilas gustativas por doces são mais ativas, o açúcar na verdade vai eliminando outros sabores da língua, o amargo não serve, o salgado não serve, só quer o doce, mas ai cabe a conduta dos pais e responsáveis, não estou culpando, mas é muito da orientação dos pais e da postura em evitar ter produtos industrializados em casa, porque se a criança come é porque tem em casa, ela não vai ao supermercado comprar”, afirma.
Angie explica que é preciso conversar com as crianças, falar sobre os benefícios e os prejuízos dos alimentos e diversificar nas opções de alimentos. “Não é que a criança não vai poder comer doce nunca, ela pode, numa festinha, num final de semana, mas não todos os dias. Isso deve ser conversado, explicado, e com o passar do tempo a criança vai criando seu próprio pensamento, sua própria conduta”, afirma.
A nutricionista cita três pontos fundamentais para ter sucesso na oferta de alimentos saudáveis para os filhos: orientação e conduta dos responsáveis; insistir na oferta dos alimentos; e exemplo dos pais e responsáveis ao se alimentar. “Os responsáveis precisam evitar os produtos industrializados, insistir, com carinho e sem imposição, em alimentos saudáveis, ofertar alimentos coloridos e diversificados, e dar exemplo. As crianças se espelham nos pais e adultos, então se ninguém come fruta ou salada, como essa criança vai comer? Se o pai toma refrigerante e não deixa o filho tomar porque faz mal, então porque ele toma? A criança vai questionar, então é preciso servir de exemplo”, ressalta.
Lanche escolar
Angie orienta aos pais e responsáveis a preparar adequadamente o lanche escolar dos pequenos. A nutricionista separa os alimentos apropriados para um lanche saudável, funcional e atrativo, por faixa etária. “Até os dois anos, que a criança muitas vezes ainda está desmamando, e descobrindo o paladar, é bom evitar o sal no preparo das refeições, mas essa criança já pode comer o almoço, por exemplo, igual aos demais coleguinhas da escolinha. Já o lanche tem que ser só com frutas, recomendo duas pela manhã e duas a tarde. Nessa fase não recomendo o suco no lanche e nem biscoitos. As frutas devem ser cortadas separadamente para que eles façam a distinção de sabores, cheiros, texturas, e comecem a formam seus paladares”, orienta.
Após os dois anos, os pais podem inserir biscoitos e bolos caseiros na lancheira das crianças, sem deixar a fruta de lado. A especialista em alimentação lembra que biscoitos de maisena e leite tem adição de sódio, açúcar e conservantes, portanto, devem ser evitados. “Depois dos dois anos podemos colocar um lanchinho mais elaborado, por exemplo, uma fatia de bolo caseiro de banana ou laranja e uma fruta. Nessa fase ainda acho válido evitar o suco, mas se quiser colocar pode, mas apenas 150 ml depois da refeição para a criança entender que não precisa tomar líquido para descer a comida. Um bolinho, pipoca, biscoito, tudo caseiro, com uma fruta. Sempre ter uma fruta para dar uma suporte de vitaminas para absorção dos outros nutrientes que é necessário”, aponta.
Após os cinco anos o lancinho ganha um reforço porque as crianças começam a gastar mais energia na escola e o organismo necessita dessa reposição. “Nessa fase começa o lanche seria um composto que pode ter o suco natural da fruta feito no dia, uma fruta e um carboidrato com a proteína, por exemplo, um pãozinho de queijo ou um sanduíche com pasta de grão-de-bico, mas em pequenas porções. A criança precisa tomar um café da manhã legal para fazer um lanche e o almoço adequado, sem excessos. Se não quiser mandar o suco pode substituir por outra fruta, ou seja, duas frutas e o carboidrato mais a proteína”, detalha.
A nutricionista lembra que muitos dias as crianças não vão querer comer, o lanche vai voltar, mas é preciso que os pais insistam e tenham paciência. Outra dica importante é criar rotinas, não impositivas, mas ter horários definidos. Segundo Angie, as crianças se sentem acolhidas e protegidas com a rotina.
“É estímulo, não comeu hoje, coloca amanhã de novo, uma hora ela vai comer. É importante oferecer vários alimentos para que as crianças formem seu paladar, mas é preciso respeitar as preferências, conhecer o que seu filho gosta. Não adianta mandar para o lanche algo que ele não come em casa porque ele não vai comer na escola. É preciso estimular a criança a experimentar, os pais devem conversar, perguntar o que a criança quer comer, dentro do que for saudável, claro, levar ao supermercado, a feira para conhecer as frutas e verduras. Apresentar a diversidades de sabores as crianças”, finaliza.
Por Karla Pinheiro
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