O Glaucoma atinge 985 mil pessoas no Brasil (Foto: Arquivo Portal Infonet) |
Criado para alertar sobre os perigos e contribuir para o diagnóstico preventivo da doença, o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é celebrado em todo o Brasil no dia 26 de maio. Apesar de reconhecer que não existem estatísticas oficiais, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia estima que o glaucoma atinja quatro milhões de pessoas no Brasil. Dados extraoficiais de 2008 indicam a existência de 985 mil portadores da doença ocular que atinge 67 milhões de pessoas em todo o mundo. Mas o que muitas pessoas não sabem é que esta doença, frequentemente mal compreendida, pode ser precocemente diagnosticada e tratada, evitando a cegueira.
O Glaucoma é uma doença oftalmológica, provocada pelo aumento da pressão no olho, que pode afetar o nervo óptico e causar cegueira. A doença não é contagiosa e embora não possa ser curada, pode ser, na maioria dos casos, controlada. O responsável clínico pelo Hospital de Olhos de Sergipe, Dr. Mário Ursulino, explica que o glaucoma é silencioso e na maioria das vezes, não apresenta sintomas. “No início, o paciente não sente nada nos olhos e a visão é normal. Acontece que com a evolução da doença, a pessoa continua enxergando em frente normalmente enquanto a visão lateral é perdida. Este quadro é irreversível, ou seja, o que o glaucoma rouba, não volta”, detalha.
Médico Oftalmologista, Mário Ursulino (Foto: Portal Infonet) |
O médico faz questão de esclarecer como a pressão intraocular interfere na doença. “Existe um líquido chamado humor aquoso que é produzido e escoado dentro do olho. Quando este líquido não escoa de forma correta, temos um caso de aumento da pressão intraocular. Mas vale lembrar que nem todos os casos de hipertensão ocular levam ao glaucoma, o que fecha o diagnóstico da doença é a lesão causada no nervo óptico pelo aumento da pressão interna do olho”, destaca.
Tipos
Segundo informações do Dr. Mário Ursulino, o tipo mais comum da doença é o glaucoma de ângulo aberto. “Os indivíduos que possuem esta doença correspondem a 90% dos casos. O paciente não sente dor e só se dá conta quando já está perdendo a visão. A partir de então, ele deve se submeter à um tratamento clínico”, explica.
O glaucoma de ângulo fechado, responsável por 10% dos casos, se caracteriza pela emergência médica causada pela pressão súbita da pressão ocular. “Nestes casos é preciso uma intervenção cirúrgica imediata, pois o paciente sente uma dor tão forte quanto uma cólica renal. Após esta crise, é um necessário um tratamento prolongado”, ressalta.
Existem ainda casos mais raros, como o glaucoma congênito que ocorre em 1 a cada 10 mil nascimentos. O Dr. Mário Ursulino afirma que neste tipo de doença não há tratamento clínico. “O glaucoma congênito é causado por uma mutação genética e não tem nada a ver com hereditariedade. Neste caso, a solução é a cirurgia tão logo a criança possa ser operada”, esclarece.
Fatores de risco
Prevenção é ainda a melhor forma de tratamento |
O glaucoma pode ocorrer em pessoas de todas as idades e raças. No entanto, o Dr. Mário Ursulino ressalta que a probabilidade de desenvolvimento é maior em pessoas com mais de 45 anos, pacientes que possuem antecedentes familiares de glaucoma, descendência negra, portadores de diabete, miopia e outras doenças oculares.
Tratamento
Para o médico, o exame preventivo é a melhor forma de tratamento. “Uma consulta somente uma vez por ano é suficiente. O diagnóstico é feito durante a própria consulta através de exames específicos como tomografia do fundo do olho, campo visual e retinografia colorida, entre outros”, esclarece.
Ainda segundo o Dr. Mário Ursulino, as formas de tratamentos estão cada vez mais acessíveis. “Hoje em dia os tratamentos clínicos são realizados à base de colírios que variam custam de R$ de 6,00 a 8,00. O Governo também tem contribuído através da doação de alguns remédios, facilitando a vida do paciente que não precisa se preocupar com dietas e pode ter uma vida normal, sem esquecer de pingar o colírio nos olhos. Ficar cego por glaucoma hoje em dia é difícil, só se o paciente não usar o remédio adequadamente ou não seguir os procedimentos pós-operatórios corretamente ”, conta.
Por Verlane Estácio e Aisla Vasconcelos
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