O Governo de Sergipe aportará recursos mensais em montante superior a R$ 2 milhões para recuperar a capacidade produtiva do Hospital de Cirurgia. A informação foi confirmada pelo secretário de Estado da Saúde, Valberto Oliveira Lima, em coletiva convoca pelos gestores do hospital para anunciar o retorno das cirurgias cardíacas. Ele não precisa valores, mas fala em cifras até superiores a isso. Montante que poderá variar de acordo com o ordenamento financeiro da instituição, segundo o secretário.
Apesar da incógnita quanto ao valor concreto dos recursos que serão repassados mensalmente pelo Governo do Estado para o Hospital de Cirurgia, o secretário considera como fundamental a inciativa de direcionar recursos públicos para salvar o hospital filantrópico.
O primeiro aporte financeiro foi repassado no mês de abril no montante de R$ 5,7 milhões, segundo cálculos do secretário. Ele garante que o Estado dispõe de outros R$ 14 milhões para aquela instituição, recursos que só serão repassados, segundo o secretário, se o Hospital de Cirurgia ofertar os serviços de forma efetiva. “Temos reserva de R$ 14 milhões para o Hospital de Cirurgia e estou doido que eles produzam e eles não produzem”, desabafou o secretário.
O Governo esperava, conforme o secretário, que os R$ 5,7 milhões repassados em abril fossem recuperados com a prestação de serviços, mas a expectativa foi frustrada. “A nossa expectativa era que nos meses seguintes, com o aumento da produção no Hospital de Cirurgia, esses cinco milhões e setecentos mil reais fossem descontados paulatinamente. Mas, infelizmente, isso não aconteceu: ao invés da produção aumentar, a produção foi reduzida e alguns serviços foram fechados”, explicou.
Dinheiro que foi utilizado de forma rápida pelos gestores do hospital. Conforme o secretário, para quitar débitos atrasados. “Em abril quando foi feito o repasse, o dinheiro foi gasto em pouco tempo porque havia uma dívida grande e o Hospital de Cirurgia só não fechou por causa deste aporte”, informou.
Cálculos
Os cálculos do secretário indicam que o Hospital de Cirurgia necessita de repasses mensais na ordem de R$ 10 milhões para reativar a sua capacidade de oferta de serviços aos pacientes assistidos pelo Sistema Único de Saúde. Atualmente, o Hospital de Cirurgia está sendo administrado em regime de cogestão. Continua na presidência da instituição filantrópica o médico Milton Santana, que chegou a ser preso por porte ilegal de arma em operação do Ministério Público durante cumprimento de mandados judiciais de busca e apreensão no Hospital de Cirurgia; Reginaldo Freitas na diretoria técnica e a pasta administrativa e financeira é ocupada pela enfermeira Márcia Guimarães por indicação da Secretaria de Estado da Saúde representando o Governo de Sergipe.
O secretário Valberto Oliveira garante que a cogestão deixará de existir e a administração será devolvida aos gestores da instituição filantrópica assim que o Hospital de Cirurgia recuperar o fôlego financeiro. “É uma oportunidade que o Hospital de Cirurgia está tendo para se redescobrir. Se redescobrir não só na forma de fazer gestão dos recursos, mas também de ter visão de como buscar resultados”, observa o secretário.
Mas ele garante que o aporte financeiro não será “dado de mão beijada” ao Hospital de Cirurgia. “Não quero usar este termo [mão beijada]”, disse. “Estou trocando resultados e esperamos que o resultado seja dado: garantir que o dinheiro atinja o objetivo, que os serviços sejam prestados a contento”, ressaltou.
Os gestores do Hospital de Cirurgia estranharam as declarações feitas pela secretária municipal de saúde, Waneska Barboza, que classificou o contrato firmado pela instituição filantrópica como “caixa escura”, pela falta de transparência. A secretária fez a declaração ao prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada na Câmara Municipal de Vereadores para investigar os contatos firmados pelo poder público com os hospitais filantrópicos. “Estamos fazendo o que ela deveria ter feito”, bradou o secretário Valberto Oliveira, fazendo referência à cogestão implantada recentemente no Hospital de Cirurgia.
O presidente da instituição, Milton Santana, disse que não compreendeu a reação da secretária municipal de saúde. “O Hospital de Cirurgia entrou em decadência depois que eles começaram a atrasar os pagamentos”, disse. “Ela [a secretária] precisa se explicar. Tudo que o Hospital recebeu foi avaliado e auditado pelas equipes dela [da secretária Waneska Barboza] e só se pagou depois que os serviços foram feitos. Ela precisa se explicar porque até agora eu não compreendi o que ela quis dizer”, complementou.
Por Cassia Santana
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