
O Governo de Sergipe, por meio das secretarias de Estado da Saúde (SES) e da Segurança Pública (SSP), realizou, nesta segunda-feira, 17, uma operação que envolveu as etapas de captação e translado de órgãos, no município de Itabaiana, agreste sergipano.
A captação ocorreu por meio da Central Estadual de Transplantes (CET) e foi realizada no Centro Cirúrgico do Hospital Regional de Itabaiana (HRI) Dr. Pedro Garcia Moreno Filho, após a autorização da família do doador. No procedimento, foram captados os rins esquerdo e direito, fígado, baço, linfonodos e córneas. Esse é o segundo procedimento de captação de órgãos realizado no interior sergipano e no HRI.
O doador, um jovem de 20 anos, sofreu morte encefálica após dar entrada na unidade com suspeita de intoxicação exógena. A família do paciente autorizou a doação de órgãos assim que foi abordada e acolhida pelos profissionais de saúde.
O serviço Aeromédico, uma parceria entre o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192 Sergipe), da SES, e o Grupamento Tático Aéreo (GTA), da SSP, foi responsável por transportar, de helicóptero, o fígado captado até o Aeroporto Internacional de Aracaju – Santa Maria. Da capital sergipana, o órgão seguiu para Brasília. Os rins, baço e linfonodos foram para Recife, capital de Pernambuco; e as córneas permaneceram em Sergipe.
Segundo o superintendente do HRI, Yuri Souza, os profissionais da unidade estão muito gratos com a solidariedade da família do doador. “O HRI vive, mais uma vez, um fato histórico, agora, com a captação de fígado e o transporte do órgão realizado com ajuda do GTA. Ficamos extremamente tristes pela perda de um jovem de 20 anos, que tinha toda a vida pela frente, mas, ao mesmo tempo, estamos gratos por esse ato de amor da família, que, por meio da doação de órgãos, está dando vida a outros pacientes que necessitam”, declarou.
A técnica de enfermagem do Samu 192 Sergipe, Kleide Daiany, estava entre os profissionais responsáveis pelo transporte do fígado doado. Ela contou que o momento, apesar de triste, também é muito gratificante. “É uma satisfação muito grande para a minha profissão. Sei que é um momento triste para uns, mas alegre para quem está recebendo o órgão. Me sinto muito satisfeita por conseguir ajudar nessa missão, que é uma experiência única”, destacou.
Como ser doador
Para ser um doador é preciso manifestar, em vida, o desejo à família, pois a doação de órgãos e tecidos só acontece após autorização familiar. O protocolo para a doação de órgãos é iniciado com a identificação de pacientes neurocríticos, que estejam em Glasgow 03 (escala de coma), indicando uma provável morte encefálica. Esses pacientes são acompanhados pela Organização de Procura de Órgãos (OPO) e, quando constatada a morte encefálica, o protocolo de doação é iniciado, sempre respeitando a decisão dos familiares.
Fonte: SSP/SE
