
O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose), gerido pela Fundação de Saúde Parreiras Horta (FSPH), reforça a importância da doação de sangue com fator Rh negativo, tipo raro e que é fundamental para a manutenção dos estoques. O sangue Rh negativo, especialmente do grupo O-, é considerado doador universal e essencial em emergências, pois pode ser utilizado em transfusões para qualquer paciente, independentemente da tipagem sanguínea.
Dados do Ministério da Saúde indicam que entre 85% e 90% da população brasileira possui fator Rh positivo, enquanto apenas 10% a 15% têm Rh negativo, dificultando a reposição regular desse tipo sanguíneo. O grupo O positivo é o mais comum, presente em cerca de 36% da população, seguido pelo A positivo, com aproximadamente 34%. Já o O negativo representa apenas 9%, reforçando sua relevância estratégica para os hemocentros. No entanto, apenas cerca de 1,6% da população brasileira é doadora de sangue, um percentual abaixo do ideal, que varia entre 3% e 4%.
A superintendente do Hemose, Fernanda Kelly Fraga, destaca o papel fundamental dos doadores Rh negativos. “Doadores de sangue com fator Rh negativo é indispensável, pois esse tipo raro é essencial para salvar vidas em emergências, quando cada minuto faz diferença. Contamos com esses doadores para garantir atendimento rápido e seguro a quem mais precisa”, afirma.
No Hemose, a análise dos dados de doações nos meses de julho de 2024 e julho de 2025 revela mudanças importantes na composição dos doadores. Em julho de 2024, o Hemocentro registrou 2.973 doações de sangue, sendo 12,4% dos doadores com fator Rh negativo e 87,6% com fator Rh positivo. Entre homens e mulheres, o número de doadores Rh negativos foi significativamente menor, totalizando 369, frente a 2.604 doações Rh positivas.
No mesmo mês de 2025, o total de doações caiu para 2.784, mas a participação dos doadores Rh negativos aumentou para 13,8% (385 doações). Ainda assim, o fator Rh positivo predominou amplamente, com 86,2% do total, mostrando que a quantidade de doadores Rh negativos permanece inferior ao grupo Rh positivo.
De acordo com Fernanda Kelly Fraga, esses dados reforçam a necessidade contínua de incentivar a doação entre pessoas com fator Rh negativo. “É necessária sempre a divulgação ampla para esse público, ressaltando a necessidade das doações do fator Rh negativo, cuja disponibilidade é crucial para atender demandas específicas e garantir transfusões seguras”, enfatiza.
Critérios para doação
Para doar sangue, é necessário estar em bom estado de saúde, sem sintomas de gripe ou resfriado, ter entre 16 e 69 anos, pesar acima de 50 quilos e apresentar um documento oficial com foto. Menores de 18 anos devem apresentar termo de autorização dos pais ou responsável legal, disponível no site do Hemose
Fonte: FSPH