Hospital Cirurgia tenta antecipar repasses junto à SMS

Wagner Andrade: "O problema virou uma bola de neve" (Foto: Portal Infonet)

Com a saúde financeira abalada, o Hospital de Cirurgia luta para aliviar o sofrimento, principalmente dos pacientes cardíacos. Em virtude da falta de pagamento, materiais e medicamentos, os médicos cardiologistas da Unidade Vascular Avançada (UVA) e os anestesiologistas estão com as atividades paralisadas desde a última quinta-feira, 10. Cerca de 160 cirurgias foram canceladas nesse período. A direção está tentando junto à Secretaria Municipal de Saúde, o adiantamento de parcelas referentes aos serviços prestados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS).

O diretor em exercício do Hospital Cirurgia, Wagner Andrade explicou que tinha um contrato com a Secretaria Municipal de Saúde, que se extinguiu em outubro do ano passado e vinha sendo aditado. “Como existia uma deficiência, solicitamos a confecção de um novo contrato a partir de 1º de junho”, ressalta.

Alvimar Rodrigues: "O município está em dia"

Com a mudança no modelo de contratação do Ministério da Saúde, aumentando o prazo para pagamento de 30 para 60 dias, a Secretaria Municipal de Saúde não fará  mais o pagamento mensalmente. Com isso, a verba destinada à unidade de saúde que deveria ter chegado em junho, só será depositada em agosto.

“Temos ai um hiato de mais de 30 dias. Nesta terça-feira, 15, o município repassou a primeira parcela no valor de R$ 1 milhão e 45 mil, mas o valor contratual só vamos receber em agosto, quando recebíamos mensalmente. O valor pago ontem mal deu para rodar a folha do nível médio e da enfermagem de nível superior. Agora, estamos com dificuldade para pagar os médicos da Unidade Vascular e os das cooperativas. Esse é o impasse”, lamenta referindo-se aos cardiologistas e anestesiologistas.

Alternativa

No sentido de solucionar o problema visando o retorno dos profissionais ao trabalho e o pagamento de fornecedores para que seja regularizado o fornecimento de materiais e medicamentos, o diretor em exercício do Hospital Cirurgia solicitou ao secretário municipal de Saúde, Alvimar Rodrigues, o adiantamento de pelo menos mais uma parcela.

“Com esse adiantamento poderíamos pagar os profissionais e os fornecedores, pois até agosto o hospital está engessado, já que hoje o contrato cheio é de seis milhões. Como recebemos pouco mais de um milhão, precisamos de quatro milhões para rodar a folha de pagamento e comprar materiais e medicamentos. Lógico que o que for adiantado, já ajuda. Conversamos com Dr. Alvimar e estamos aguardando o adiantamento de duas parcelas até o dia 30, assim como também estamos tentando entrar em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para ver se conseguimos algum recurso”, enfatiza o diretor do Cirurgia.

Suspensão

Wagner Andrade disse ainda que com a paralisação das atividades na Unidade Vascular e dos anestesiologistas, as cirurgias eletivas continuam suspensas.

“Continuamos fazendo apenas algumas pequenas cirurgias que não dependem dos anestesiologistas, ou seja, o bloqueio é feito pelo próprio cirurgião. Para ter uma ideia, de 40 processos cirúrgicos por dia, duas podem ser feitas sem o anestesista. Não sei até quando, pois o problema virou uma bola de neve e os pacientes infelizmente são os mais prejudicados, pois já são quase 160 cirurgias canceladas”, preocupa-se.

O Hospital de Cirurgia funciona com 280 médicos, sendo 60 da Unidade Vascular Avançada. “Com a paralisação dos médicos, a situação começa a se complicar porque um serviço depende do outro. A UVA é a porta de entrada. Nem adianta liberar os internamentos se não tem anestesistas”, afirma destacando entender que os médicos em greve têm famílias e compromissos a honrar, mas que o Cirurgia não tem atualmente capacidade financeira para efetuar o pagamento dos profissionais que suspenderam o atendimento.

SMS

O secretário Municipal de Saúde, Alvimar Rodrigues informou na manhã desta quarta-feira, 16, que vai entrar em contato com a Secretaria Municipal de Finanças, para verificar a possibilidade de adiantar as parcelas.

“Eu vou conversar com o secretário de Finanças. O que quero garantir é que o município está em dia com o repasse ao Hospital Cirurgia. Nunca deixamos de pagar em cumprimento a um acordo feito no Ministério Público, para a quitação de uma dívida de 2012, algo anterior a essa gestão. O contrato já foi adequado e será assinado nos próximos dias. O que tem que ser analisado é por que o Cirurgia não consegue honrar os compromissos com os terceirizados e deixar claro que a portaria do Ministério da Saúde, aumenta o prazo de recebimento só na primeira parcela”, esclarece.

Por Aldaci de Souza

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