Hospital de Urgência detecta bactéria e isola UTI

Representantes do Huse e FHS falaram sobre o assunto (Foto: Portal Infonet)

O Hospital de Urgência de Sergipe (Huse) está com três pacientes isolados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por infecção com a bactéria klebsiella Pneumoniae Carbapenemase [bactéria KPC] e dois colonizados em alas [têm a bactéria, mas não têm a infecção]. 

Após a detecção da bactéria, a UTI 2 foi isolada e está fechada para receber novos pacientes, uma vez que os infectados estão sendo monitorados e tratados. Pela primeira vez, há quatros anos, a bactéria foi detectada em pacientes do Huse. 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, dia 05, para detalhar o fato e informar quais as medidas serão tomadas mediante a constatação.

De acordo com o coordenador da UTIs do Huse, Luiz Flavio Prado, a bactéria foi diagnosticada em pacientes no final do mês passado. “Trata-se de uma bactéria que a gente tem na nossa flora intestinal e já tivemos uma situação semelhante há três anos. Isso foi controlado e agora no final de maio surgiram às primeiras culturas com essa suspeita. Tecnicamente a gente não chegou a superbactéria, porque no dia que a gente chegar a superbactéria, não terá tratamento, ela será mais forte do que todas as armas que a gente tem. No final de maio fizemos exames em um dos pacientes e se confirmou a bactéria. Esse tipo de bactéria cresce em ambientes onde se usa muito antibiótico como UTI que é ambiente propício”, conta.

Ainda segundo Luiz Flavio Prado, a KPC apresenta riscos apenas para os pacientes infectados. “Quero de antemão tranquilizar a população, os familiares dos pacientes que esse tipo de bactéria não oferece risco a quem não está doente. Essa bactéria não está no ambiente, não passa de um paciente para outro pelo ar ou respiração. É uma bactéria que prejudica a quem está doente porque está debilitado”.

Cerca de 13 novos exames já foram realizados, faltando apenas o resultado com a confirmação ou não da doença.

Tratamentos

Os pacientes infectados estão sendo monitorados e tomam medicamento para combater a doença. “Os antibióticos que matam essa bactéria nós temos disponível que é a Amicacina. O tratamento dos infectados segue a mesma rotina, de 10 a 14 dias com antibiótico. O que a gente está fazendo é tentar deixar todos no mesmo lugar, identificar quem já tem a bactéria na pele ou já foi infectado”, diz Luiz Prado.

A cada 48 horas está se fazendo o exame de hemocultura de todos os pacientes infectados que estão dentro da UTI com o intuito de monitorar a situação de cada um.

Medidas tomadas

Por conta do isolamento da UTI, a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS) irá criar até no máximo a próxima terça-feira, dia 09, uma UTI emergencial de leitos críticos. O objetivo é abrir mais 15 leitos de UTI para pacientes que cheguem da ala Vermelha ou centro cirúrgico do Hospital de Urgência.

Segundo a superintedente do Huse, Lícia Diniz, com o fechamento da UTI 2, se faz necessário a criação de uma nova unidade. “Hoje temos 30 pacientes na vermelha, 5 graves na sala de recuperação pós anestésica e 4 graves nas enfermarias. Esses 39 pacientes precisam entrar na UTI e vai está fechada e por isso estamos fazendo uma UTI emergencial, ou seja, leitos críticos serão criados emergencialmente”, garante Licia.

A visitação para os pacients ficará restrita a dois visitantes que terão apenas 15 minutos para permanecer dentro da unidade devidamente equipado. Será disponibilizado álcool gel para os profissionais da área de saúde e elees estarão sendo orientados para o uso correto de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e lavar as mãos.

Por Aisla Vasconcelos